RESUMOAs profundas transformações que marcaram o setor sucroenergético no início do século XXI estimularam sua expansão, impulsionadas pelo capital financeiro, com importantes repercussões de ordem territorial. A análise dessa dinâmica em Mato Grosso do Sul, envolvendo conflitos de apropriação da terra entre os detentores do agronegócio e os povos indígenas, possibilita avançar na compreensão do significado social e político da expansão do setor em sua dimensão espacial. É importante ressaltar que o avanço das fronteiras do agronegócio não se resume às expansões territoriais, à inovação, sendo fundamental a incorporação do conflito na apreensão do seu significado mais profundo. Nesse contexto, o presente trabalho objetiva analisar as novas formas de organização do capital, suas estratégias de apropriação do território e o confronto entre seus interesses e o movimento político de recuperação de parte dos territórios dos Guarani e Kaiowá. Palavras-chave: setor sucroenergético, território, povos indígenas, Guarani e Kaiowá.
ABSTRACTThe profound changes the sugar and ethanol industry has undergone since the beginning of the 21st century have spurred its expansion, driven by financial capital, resulting in major territory-related repercussions. The analysis of these dynamics in Mato Grosso do Sul, where land appropriation has sparked conflicts between agribusiness owners and indigenous peoples, can shed light on the social and political meaning of the expansion of the industry in spatial terms. The advance of agribusiness frontiers is not just a matter of territorial expansion and innovation. If its more profound meanings are to be understood, the implications of conflict must also be considered. This study is designed to analyze the new organization of capital, the strategies it uses to appropriate land, and the clashes between its interests and the political movement to restore part of the Guarani and Kaiowá territories.Keywords: sugar and ethanol industry, territory, indigenous peoples, Guarani and Kaiowá.Palabras-clave: sector del azúcar y del álcohol, territorio, pueblos indígenas, Guarani y Kaiowá.