Atualmente, muitos estudos têm utilizado os coprodutos (sementes, bagaços e cascas) de frutas para a obtenção de farinhas com o intuito de aproveitar de forma sustentável essas partes que geralmente são desprezadas. O presente estudo teve como objetivo elaborar uma farinha a partir de casca de tangerina (FCT) e avaliar as suas propriedades físico-químicas, microbiológicas, compostos fenólicos e atividade antioxidante. Foram analisados umidade, carboidratos, proteínas, lipídeos, minerais totais e fibras. As análises microbiológicas realizadas foram: bolores, leveduras, Escherichia coli, Bacillus cereus e Salmonella spp. Todas as análises foram determinadas segundo métodos oficiais. A farinha apresentou teor de umidade dentro dos valores estabelecidos pela norma vigente (6,86%), baixa atividade de água (0,48) e os resultados microbiológicos estavam de acordo com os critérios estabelecidos pela legislação brasileira nos três tempos avaliados (0, 30 e 90 dias). A FCT demonstrou elevado teor de fibras dietéticas (47,17%), compostos fenólicos totais (1389,99 mg AGE 100 g-1) e de atividade antioxidante (DPPH: 12.054.37 µM trolox g-1, ABTS: 84,62 µM trolox g-1 e FRAP: 151,68 µM sulfato ferroso g-1). Conclui-se que a farinha de casca de tangerina apresentou teor de nutrientes que possibilitam seu emprego em produtos alimentícios, visto que possui elevado teor de fibras alimentares e de compostos fenólicos com atividade antioxidante, além de ter se mostrado segura do ponto de vista microbiológico durante todo o período de estudo.