Avizinha-se o risco de ‘apagão’ docente na Educação Básica brasileira. Tal risco assenta-se, sobretudo, em duas constatações: a parca opção por cursos de licenciatura e a defasagem quantitativa entre o número de jovens professores e o número de docentes na etapa final de suas carreiras. Para fazer o enfrentamento desta situação, são necessárias soluções estruturais que passariam por dois movimentos: a) o investimento na atratividade e a permanência na carreira docente, e b) o fortalecimento dos cursos de licenciatura. Na esteira desse debate, o artigo objetiva discutir circunstancialmente o ensino nos cursos de licenciatura e a sua potencial contribuição para a superação do deficit crescente de professores. Para essa discussão, o artigo foi pautado em base bibliográfica, conduzida por metodologia analítico-reconstrutiva, edificada a partir da análise de conteúdo sobre dois procedimentos de coleta de informações: dados de contexto e utilização de grupo focal. Como conclusão, o texto confirma as licenciaturas como apoio para a solução estrutural do ‘apagão’ docente. Já no que concerne ao debate específico sobre o ensino nos cursos de licenciatura, há duas perspectivas: a) a necessidade de cursos específicos para a formação docente – visto que a atividade docente não pode ser descolada de uma preparação específica; e b) a convivência curricular de dois grandes núcleos: os conhecimentos disciplinares e os conhecimentos pedagógicos ou didáticos, ambos tomados como elementos centrais na formação de professores.