Epidemiologia e tratamento da Esofagite Eosinofílica: uma revisão narrativa

Abstract

Objetivo: Revisar de forma didática a abordagem geral da Esofagite Eosinofílica (EEo), discutindo desde a epidemiologia até o tratamento. Revisão bibliográfica: A doença é caracterizada pelo acúmulo de eosinófilos no esôfago e possui maior incidência nos adultos. A fisiopatologia da EEo está ligada a fatores genéticos, ambientais e alérgenos, que atraem eosinófilos e linfócitos T para a região. As células T helper 2 são estimuladas a produzirem interleucinas, as quais ativam eosinófilos e estimulam produção de eotaxina-3 e redução da produção de filagrina e desmogleína 1, enfraquecendo a barreira epitelial e facilitando a inflamação. Crianças possuem dificuldade de crescimento e ganho de peso, enquanto adultos possuem disfagia, regurgitação e plenitude. O diagnóstico se dá pela presença de 15 eosinófilos em pelo menos uma das seis amostras de biópsias esofagianas realizadas por via endoscópica. A primeira linha de tratamento é usada com Inibidores da Bomba de Prótons e corticosteroides, junto com dietas. A dilatação mecânica por endoscopia e o uso de biológicos faz-se necessário quando o paciente não responde a terapia. Considerações finais: A EEo ainda é uma enfermidade de difícil diagnóstico com presença de sintomas confundidos com Doença do Refluxo Gastroesofágico. Quando presente deve ser rapidamente tratada, evitando complicações.

Esofagite eosinofílica: uma condição inflamatória crônica do esôfago

“…Por muito tempo os corticoides tópicos deglutidos foram considerados drogas de excelente escolha para tratamento de EEo (TORRES PR, et al, 2019). Porém, nos últimos estudos mostrou a mesma efetividade da prednisona oral e com menos eventos adversos (MARTINS PHP, et al, 2022). Logo, atualmente não é indicado uso de corticoides sistêmicos rotineiramente, uma vez que não possui vantagem em relação aos corticoides tópicos, exceto em casos de emergência (DAVI BP, et al, 2018).…”

“…A Esofagite Eosinofílica (EEo) é uma condição inflamatória crônica da mucosa esofágica imunomediada, tendo como principal característica a perda da integridade da barreira da mucosa esofágica, estimulando uma resposta imune adaptativa, antígeno-específica, e a migração de grande número de eosinófilos intraepitelais, e como consequência, a alteração estrutural e funcional do esôfago (MARTINS PHP, et al, 2022). A patologia teve seu reconhecimento de diagnóstico oficial a partir de 1993, por esse motivo a epidemiologia ainda é incerta, porém pesquisas apontam que há um aumento da incidência em países ocidentais e população de melhores níveis econômicos (MENDONÇA LP e PINTO FM, 2020).…”

“…Dessa forma, a eotaxina-3 é a principal molécula responsável pelo aumento da concentração de eosinófilos encontrados em biópsias esofágicas (MARTINS PHP, et al, 2022). Em contrapartida, os mastócitos estão relacionados com a promoção da inflamação e fibrose esofagiana através da liberação de TGF-β1 e histamina, provocando grandes repercussões no curso da doença, a longo prazo (DA SILVEIRA DF, et al, 2019).…”

“…Em crianças, as queixas mais frequentes são dor abdominal, vômitos e dificuldades para se alimentar, havendo maior recusa na alimentação e aumento no tempo das refeições, já em adolescentes e adultos as principais queixas são de disfagia e impactação alimentar (MARTINS PHP, et al, 2022). Dentre esses pacientes diagnosticados com EEo, existe o predomínio de doenças atópicas, como asma, rinite alérgica ou dermatite atópica, quando comparado a população geral (SALGADO FS, et al, 2019).…”

Abordagens terapêuticas da esofagite eosinofílica: revisão integrativa de literatura

“…Caso não seja responsivo à terapia proposta, é possível proceder à dilatação esofágica por via endoscópica. Desse modo, o tratamento da presente patologia promove melhoria da qualidade de vida dos pacientes acometidos, uma vez que provoca remissão da doença e regressão de sintomas, proporcionando conforto para o paciente (MACEDO; CALDAS; LANDIM, 2021;MARTINS, et al, 2022).…”