“…Segundo aponta Camila Tavares55 , os valores distintivos no qual o jornalismo fora consolidado o afastaram da esfera política, mas, por outro lado, acabou se tornando dependente da esfera econômica, tornando-o vulnerável a fluxos econômicos.Segundo aponta Nielsen56 , para além de crises financeiras do jornalismo, há uma crise de confiança pública, potencializada pelo desenvolvimento de tecnologias da comunicação e informação, sobretudo os sites de redes sociais digitais. A partir de uma lógica de mercado neoliberal 57 voltada para a personalização de consumo informacional, essas plataformas de redes sociais digitais têm se tornado um espaço primordial para a informação -e desinformação -na atualidade, visto que 57% dos brasileiros que mantêm contas ativas no Facebook informam-se pela plataforma, de acordo com o relatório publicado em 2018 pela Digital News Report53 .Embora haja uma ocorrência desde muito antes da Internet58 , a desinformação é amplificada com a ascensão das mídias sociais uma vez que nestes espaços autoridades tradicionais sobre a informação convencional médica, como jornalistas e especialistas, têm um alcance limitado59 , contando com uma forte Já em relação às instituições científicas, as crises estão relacionadas à incapacidade da ciência em tratar de problemas sociais10 , com a academia cada vez mais afastada de seu propósito de bem comum à sociedade para atender às demandas da esfera econômica, como vem discutindo Signates63 . Para além da incapacidade da ciência de cumprir as promessas da modernidade de resolver as mazelas sociais, as mensagens dissonantes da própria ciência e as disputas epistemológicas dentro do campo científico percebido pelo público impulsionam sentimentos de desconfiança sobre as informações que sempre existiram, mas outrora não possuíam tal alcance, como as teorias da conspiração, o terraplanismo e o próprio movimento antivacina.Inúmeros têm sido os trabalhos que buscam entender o fenômeno das fake news[66][67][68][69][70] .…”