“…Neste contexto, a arte é identificada como via de acesso para adentrar o espaço do outro de forma sensível, numa aproximação recíproca e empática. Assim, no encontro por esta via, o profissional faz uso de recursos de mediações socioculturais como a música e atividades estéticas e culturais, compreendendo-os enquanto instrumentos potentes ao favorecer a promoção do vínculo, protagonismo, valorização pessoal e de expressão das identidades culturais, estímulo ao poder criativo e a promoção de bem-estar físico e social(Santos & Ceccim, 2018;Silva et al, 2018;Machado & Simas, 2017;Galvani et al, 2016).A Terapia Ocupacional preocupa-se em viabilizar o envolvimento da pessoa em condição de rua em ocupações significativas para o seu cotidiano. Sendo ocupação significativa toda aquela que a pessoa realiza ou deseja realizar, que gera sensação de pertencimento, que surge a partir de iniciativas que envolvem dimensões de uma rede complementar nos âmbitos da política, religião, educação, cultura e trabalho, e que promovem experiência e o caminhar por novas perspectivas de vida(Fenoy-Garriga et al, 2021;Silva et al, 2017;Flores et al, 2015;Barros et al, 2013).Através do uso de atividades e do trabalho com grupos, tidos como traços da identidade profissional em todos os campos de atuação(Malfitano & Bianchi, 2013), a Terapia Ocupacional traça seu caminho interventivo pela mediação no criar, na promoção da saúde, no (re)estabelecimento de habilidades não desenvolvidas ou afetadas, na manutenção de capacidades de desempenho que promovam satisfação às necessidades ocupacionais, na modificação e adaptação de tarefas através de estratégias compensatórias, e na prevenção a riscos e agravos que venham a gerar barreiras ou fragilidades ao desempenho ocupacional(Gomes et al, 2021).…”