Resumo A docência figura na lista das profissões mais acometidas pela síndrome de burnout (SB) devido à presença de uma multiplicidade de fatores. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a frequência da síndrome em professores moçambicanos do ensino fundamental, verificando as possíveis associações com as variáveis sociodemográficas e laborais. A pesquisa de natureza quantitativa possui um delineamento observacional, analítico, transversal e envolveu 263 professores, sendo 56,3% do sexo feminino, com idades variadas entre 18 e 58 anos. A coleta de dados foi feita por meio de questionário de dados sociodemográficos e laborais do “Cuestionario para la evaluación del síndrome de quemarse por el trabajo”, versão em português para profissionais de educação (CESQT-PE). Os dados foram analisados no software SPSS (Statistical Package for Social Sciences). Os resultados indicam que 13,3% dos participantes apresentaram baixos níveis em ilusão pelo trabalho, 16,3% altos níveis em desgaste psíquico, 13,3% em indolência e 25,9% altos níveis de culpa. Na análise de perfis, 24,0% enquadram-se no perfil 1 (altos níveis da SB) e 11,0% no perfil 2 (níveis severos da SB). Verificou-se que houve associação estatisticamente significativa apenas entre a variável “idade” com a dimensão de desgaste psíquico e da variável “sexo” com a dimensão de culpa. Conclui-se que alguns professores estão em fase de desenvolvimento da síndrome, necessitando de intervenções para reverter o cenário. Esses resultados chamam a atenção dos gestores e da comunidade escolar para a necessidade de melhorar os fatores geradores de estresse ocupacional, de modo a transformar o trabalho docente em saudável e prazeroso.