Objetivo: Analisar a influência do conselho de administração e da concentração acionária no desalinhamento entre remuneração executiva e desempenho.
Método: Pesquisa descritiva e quantitativa por meio de dados secundários de 196 companhias listadas na Brasil, Bolsa, Balcão (B3), entre 2010 e 2021, tratados por regressão de dados em painel.
Originalidade/Relevância: Em geral, os estudos avaliam a existência da relação e a sensibilidade entre o nível de remuneração e o desempenho. Este estudo avança ao tratar determinantes e investigar fatores capazes de afetar a parcela de remuneração que não é explicada pelo desempenho, a qual pode estar desconectada de uma contribuição direta aos acionistas.
Resultados: Os principais resultados indicam que conselhos maiores e mais independentes têm dificuldade em definir pacotes de remuneração, pois elevam os níveis de remuneração desalinhada. Igualmente, maior número de diretores em relação aos conselheiros eleva o desalinhamento, aumentando custos de agência. Sobre a concentração acionária, os resultados evidenciam a importância de essa não estar concentrada nos dois primeiros acionistas, pois seu monitoramento não foi capaz de reduzir o problema de desalinhamento.
Contribuições teóricas/metodológicas: Contribui ao identificar riscos para as companhias, vinculados a conselhos maiores e mais independentes, e o maior número de executivos por conselheiro, pois agravam o problema entre agente-principal. Fornece evidências de que a maior propriedade de um terceiro grande acionista pode promover alinhamento de interesses. Desse modo, colabora para as decisões de melhoria da estrutura e dos processos de governança.