Introdução: Mudança de estilo de vida (MEV) constitui atividade essencial na Atenção Primária à Saúde (APS). É o método mais eficaz na prevenção e no tratamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DNCT). Objetivo: Identificar o perfil clínico dos médicos que atuam na APS em uma cidade de médio porte no interior de Minas Gerais, identificando as possíveis dificuldades encontradas por eles na abordagem de MEV com os pacientes e, assim, verificar se existe relação entre as duas variáveis. Metodologia: Estudo transversal, descritivo quali-quantitativo. Coleta de dados com questionário semiestruturado de perfil clínico-epidemiológico e análise qualitativa de dificuldades em abordar MEV. Análise quantitativa por Estatística Descritiva e Teste Qui-Quadrado. Análise qualitativa por conteúdo dos discursos. Resultados: 41,38% entre 26-35 anos, 58,62% do sexo feminino, 89,65% têm autopercepção positiva de saúde, 3,44% tabagistas, 62,06% etilistas, 75,86% fisicamente ativos, 27,58% dislipidêmicos, 3,44% diabéticos, 10,34% hipertensos, 65,51% têm excesso de peso. 27,58% possuem dificuldade de abordar MEV. Médicos ativos e com autopercepção positiva de saúde têm menos dificuldade (x² > 3,84 para p > 0,05). As dificuldades envolvem resistência, fatores externos, dificuldade de compreensão, patologias limitantes e pandemia. Discussão: Sexo e faixa etária são comuns a outros estudos. Autopercepção de saúde é fator preditivo de morbimortalidade. Baixo tabagismo condiz com a redução da prevalência desse hábito. Etilismo é comum nessa faixa etária. Sedentarismo piorara as DNCT e aumenta sua incidência. Diabetes e hipertensão aumentam conforme aumenta a idade. Dislipidemia e obesidade se relacionam. Conclusão: O perfil encontrado foi adulto (26-35 anos), sexo feminino, autopercepção positiva de saúde, não tabagista, etilista social, ativo, sem diabetes ou hipertensão, tendência a excesso de peso. 27,58% possuem dificuldade de abordar MEV. As dificuldades envolvem resistência, fatores externos, compreensão, patologias limitantes e pandemia. Médicos ativos e com autopercepção positiva de saúde têm menos dificuldade.