Neste artigo, discute-se as motivações, dificuldades e perspectivas de egressos de cursos de licenciatura em Psicologia. Para isto, recorreu-se a uma análise dos dados do Censo da Educação Superior realizado pelo INEP dos últimos dez anos e a uma pesquisa empírica realizada com egressos de oito instituições de Ensino Superior de quatro estados brasileiros (RS, RJ, GO, SP). O estudo empírico teve por objetivo identificar as motivações para o ingresso na licenciatura, as dificuldades durante o curso e as perspectivas profissionais dos/as egressos/as. Participaram da pesquisa 41 egressos/as, de ambos os sexos, formados/as em instituições universitárias públicas e privadas. O instrumento de coleta de dados foi um questionário disponibilizado em formulário online. Com base na análise de dados do INEP, percebe-se que as mudanças nas Diretrizes Curriculares dos cursos de Psicologia não resultaram em aumento de matrículas. Os resultados da pesquisa empírica revelaram que a motivação pela licenciatura se deu pelo interesse/gosto pela educação, muito embora alguns egressos desconheçam as possibilidades de inserção profissional e não atuem e/ou pretendam atuar como professor de Psicologia na Educação Básica. Embora a Psicologia tenha sido excluída do currículo do Ensino Médio, entende-se que os conhecimentos da disciplina podem contribuir com as discussões sobre os direitos humanos e as enfrentamento de políticas de dominação e opressão social através de um ensino-aprendizagem engajado e crítico. No entanto, para que isso ocorra é necessário que se discuta a continuidade e a qualidade dos cursos de formação de professores em Psicologia.