Gênero e cuidados em saúde: Concepções de profissionais que atuam no contexto ambulatorial e hospitalar

Abstract

Resumo Diversos estudos têm investigado as relações de gênero no campo de saúde quanto ao uso de serviços e aos cuidados sob o ponto de vista de usuários, principalmente na atenção básica. Esta pesquisa investigou, por meio da análise de conteúdo de entrevistas, as concepções sobre gênero e suas relações com a prática de seis profissionais da Enfermagem e cinco da Medicina que atuam na atenção ambulatorial e hospitalar. Discutem-se diferenças nos cuidados com a saúde em função do gênero e o atendimento prestado em relação ao gênero. Os profissionais relatam diferenças no atendimento e nas atitudes de pacientes homens e mulheres nos serviços de saúde; que eles atribuem a fatores biológicos e sociais. Conclui-se que questões de gênero estão presentes na atuação dos profissionais de saúde e devem ser consideradas na sua formação.

Falha no diagnóstico e no tratamento medicamentoso da hipertensão arterial em idosos brasileiros – Estudo FIBRA

“…It is known that due to behavioral and cultural issues, men seek health services less frequently and have fewer consultations. Awareness of treatment and prevention is still typically female [18][19][20] .…”

<b>Percepções da família acerca do cuidado ao homem com alguma condição crônica/ Family perceptions about care for men with chronic conditions<b>

“…Isto pode gerar desgastes físicos e emocionais que contribuem para o aparecimento de sintomas de estresse e até mesmo a depressão. A sobrecarga do familiar é evidente, pois ele muda suas rotinas para assumir o seu papel, principalmente aquele familiar que não pode contar com a ajuda de outras pessoas (9) . Além disso, considera-se que os achados do presente estudo corroboram os de outro realizado junto a 11 familiares de pessoas com condições crônicas (de ambos os sexos) no Noroeste do Paraná, o qual apontou uma rede de apoio menor, ou mesmo inexistente, quando o cuidador principal era uma mulher (15) .…”

“…Dessa forma, quando ocorre o diagnóstico de uma doença compreende-se que não apenas o doente necessita ser tratado, mas também toda sua família (8) . O familiar cuidador, às vezes, para desenvolver o cuidado ao familiar com doença crônica, acaba por renunciar a sua vida pessoal; as relações familiares se modificam, e os papéis passam por um processo de ressignificação; enfim, a enfermidade crônica, em suas diversas dimensões, influencia fortemente o cotidiano familiar (9) . Ademais, a depender das características sociodemográficas -o sexo -e dos aspectos culturais -as construções de gênero -, mesmo a família constituindo a principal fonte de apoio, pode deparar-se com dificuldades no cuidado ao homem.…”

“…Por sua vez, estudo realizado junto a mulheres cuidadoras de homens com doença renal crônica traz avanços para o conhecimento na área da saúde, à medida que aponta representações de gênero implicadas no cuidado ao homem e a ressignificação da própria mulher em seu meio social a partir do cuidado exercido (9) . No entanto, há ainda espaço para o avanço da compreensão do referido fenômeno, a partir dos muitos questionamentos e reflexões na literatura (11) .…”

Sugestões de melhorias na prestação da atenção fisioterapêutica ofertada no contexto público municipal: revisão integrativa da literatura

“…Legenda: MS (Mato Grosso do Sul), BA (Bahia), PI (Piauí), PR (Paraná).Nota-se um quantitativo baixo de estudos no período analisado (2008-2018) nas bases de dados sobre a satisfação dos usuários quanto ao atendimento de Fisioterapia no sistema público de saúde nos municípios brasileiros Os achados vão de encontro ao descrito por Malta et al 14 , em que as mulheres usam mais os serviços de saúde, devido ao fato de elas possuírem uma maior percepção sobre os sinais e sintomas das doenças, e os homens resistirem mais para buscar os serviços de saúde. Corroborando, Costa-Júnior et al19 descrevem que culturalmente em função dos padrões de gênero, existe uma maior procura de atendimentos nos serviços de saúde por mulheres. Diante desses achados, é imperativo planejar ações focadas para a saúde dos homens nos serviços de atenção fisioterapêutica nos municípios.O aumento da prevalência de condições crônicas na população adulta pode ter contribuído para a predominância de indivíduos com média de idade de, aproximadamente, 50 anos.…”