O objetivo deste estudo é identificar os motivos que levam as cooperativas agropecuárias do Rio Grande do Sul a contratar serviços de auditoria independente, mesmo que legalmente estejam desobrigadas. Sob a ótica da teoria da agência, as respostas dos responsáveis pela governança, tais como presidentes, conselhos fiscais e contadores são utilizadas como determinantes para o estudo. Para atingir o objetivo proposto, utilizou-se um estudo de caso múltiplo, com abordagem qualitativa, por meio de pesquisa documental e entrevistas em quatro cooperativas. Os dados foram tratados por meio da análise de conteúdo com o estabelecimento de categorias por “acervo”, resultando em doze categorias iniciais que serviram de base para a interpretação. Os resultados encontrados demonstraram que as cooperativas estudadas contrataram auditoria independente principalmente para: detectar falhas humanas e erros contábeis, aumentar a qualificação técnico contábil, elevar o nível de segurança das informações contábeis aos usuários, detectar e prevenir fraudes, incrementar a transparência das transações, atender exigências de instituições financeiras, criar vantagem competitiva, motivar a equipe contábil e facilitar acesso ao crédito. Complementarmente, foi possível detectar que 68,75% dos presidentes e 45,83% dos conselhos fiscais apresentaram, em suas respostas, motivações relacionadas às relações de agência. Por fim, frente às descobertas da pesquisa, foi possível confirmar as preocupações dos responsáveis pela governança com assuntos ligados ao conflito de agência, contudo, ainda assim, verificaram-se lacunas que contrariam esta teoria, as quais poderão servir de estímulo para realização de outras pesquisas nesta área.