“…Com efeito, sobretudo nos níveis dos ensinos básico e secundário (ou fundamental e médio no caso brasileiro) a avaliação externa das aprendizagens dos alunos e os resultados mensuráveis que dela decorrem ditam, frequentemente, os parâmetros relativamente aos quais se referencia a avaliação dos professores, a avaliação das escolas e, até mesmo, de uma forma bastante mais arbitrária, a avaliação dos próprios sistemas educativos e das políticas educacionais. Interessa, aliás, a muitos governos (que são também reforçados na sua ação pelas orientações ou pressões de organizações internacionais e supranacionais) que os resultados dos alunos, medidos através de provas externas e testes estandardizados (quer sob a forma censitária, quer através de amostragem representativa), sejam o foco principal para avaliar o funcionamento dos sistemas educativos e as políticas educacionais, uma vez que, desta forma, podem ser atingidos mais rapidamente vários objetivos: i) a governação pelos números e pelas evidências (GREK; OZGA, 2008;BORER;LAWN, 2013) 8 Neste último trabalho, Valérie Borer e Martin Lawn (2013) designam esta forma de governação de "data/benchmarks-basead policies". 9 Mas, paradoxalmente, quando os resultados de alunos portugueses, em outras avaliações internacionais, parecem ser mais favoráveis o governo parece silenciá-los.…”