ResumoA partir da contextualização sobre a necessidade de novos paradigmas de planejamento urbano capazes de conciliar a ocupação humana com a conservação das bases biofísicas dos territórios são apresentados dois arcabouços teóricos nesse sentido: o Desenho Ambiental e a Infraestrutura Verde. Estuda-se a aplicação dessas ideias em uma área densamente urbanizada: a bacia hidrográfica do Córrego das Corujas, na zona Oeste da cidade de São Paulo. Da análise da situação atual desse curso d'água são apontadas as limitações e as potencialidades paisagísticas e urbanísticas de seu entorno, chegando-se a diretrizes capazes de incrementar a presença do Córrego das Corujas na paisagem urbana. Discorre-se ainda sobre os serviços socioambientais decorrentes de possíveis intervenções ao longo de seu traçado, notadamente, a criação de parques lineares e corredores verdes.
Palavras-chave:Desenho Ambiental, Infraestrutura verde, Parques Lineares, Córre-go das Corujas, Drenagem urbana.
APPLICATION OF ENVIRONMENTAL DESIGN FOR THE CORUJAS WApplication
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Revista LABVERDE APPLICATION OF ENVIRONMENTAL DESIGN FOR CORUJAS CREEK BASIN: POTENTIAL AND LIMITATIONS FOR A LINEAR PARK IMPLEMENTATION AbstractFrom the context of the need for new paradigms of urban planning capable of reconciling human occupation and the conservation of the biophysical bases of the territories are presented two theoretical frameworks in this regard: the Environmental Design and Green Infrastructure. This study presents the application of these ideas in a densely
INTRODUÇÃOA questão ambiental tem conseguido ganhar espaço na cidade de São Paulo, graças à pressão da população e da sociedade civil organizada, resultando em um nítido movimento de valorização do verde.No entanto, ainda parece prevalecer a ideia da cidade dissociada da natureza, um equívoco como nos ensinam autores como Spirn (1995), Hough (1998) e McHarg (2000. Fruto do processo histórico de "ruptura progressiva entre o homem e o entorno" (Santos, 1994, p. 05), a dicotomia homem/natureza revela-se com muita clareza na relação que nós, habitantes de São Paulo, estabelecemos com os nossos rios.Como afirma Bartalini, "o poder público tem uma tradição de desprezo aos rios, canalizando-os e ocupando as áreas de várzea" (2009). Já a população comumente associa os corpos d'água a aspectos negativos como esgoto e inundações (2006).Estas concepções de mundo penetraram também a esfera tecnocientífica, como pode 33 nº 04 | São Paulo, Junho de 2012 ser observado no pouco valor que as práticas projetuais e de planeamento urbano costumam conferir aos suportes físicos dos territórios.As consequências são evidentes: a pequena importância conferida à topografia, hidrografia, geologia e vegetação durante a ocupação do território está fortemente ligada a problemas atuais como inundações, deslizamentos, ilhas de calor, baixa umidade do ar, altos níveis de ozônio e poluição atmosférica, entre outros.Ademais, neste cenário de "emergência socioambiental" (Veiga, 2007, p. 10), o setor de construção civil tem sido cada v...