Resumo: O presente estudo teve por objetivo descrever e analisar a rede social formada pela comunidade San Pedro Valley, ecossistema de inovação composto por 315 organizações, buscando compreender as dinâmicas desenvolvidas entre os membros da rede em termos de contatos, informação, confiança, aconselhamento, capacitação, cooperação/parceria. Os resultados indicam uma rede relativamente ampla, mas com baixa densidade e com um número elevado de atores periféricos sem conexão com o núcleo central. Neste sentido, embora a San Pedro Valley tenha como visão promover a inovação e o empreendedorismo, o baixo índice de densidade conduz a uma lacuna entre a proposição e a prática, indicando concentração de relações, poder e influência entre poucas organizações, algumas destas não participantes da rede formal.Palavras-chave: Ecossistemas empreendedores. Redes sociais. Inovação. Startups
IntroduçãoO empreendedorismo e a inovação expressam-se de maneira profícua, dentre outras formas, por meio dos modelos organizacionais, os quais exercem papel fundamental nos processos de geração de riqueza, inserção em novos mercados, ganhos de produtividade e melhoria ou incorporação de tecnologias para a obtenção de vantagens estratégicas (Ikenami, Garnica, & Ringer, 2016).Os empreendimentos, por vezes, se amparam em instrumentos como os ecossistemas empreendedores ou as redes sociais, de modo a fortalecer as competências gerenciais e produtivas. Tais recursos vêm se consolidando como paradigma na busca de alternativas viáveis para a condução estruturada dos negócios. Todavia, tais perspectivas pressupõem conectividade, cooperação e interdependência, em que aspectos cognitivos se fazem presentes, os quais perpassam as dimensões atitudinal e relacional do empreendedor.À luz de Castells (1999), a adoção pelas organizações do mecanismo de redes torna-se uma ferramenta de apoio à inovação e à competitividade, tendo em vista a globalização da economia e a gestão do conhecimento. O autor enxerga as redes sociais como instrumento fundamental para as organizações, na medida em que propicia sua inserção e expansão em contextos mercadológicos ampliados, gerando o compartilhamento de informações, conhecimentos e decisões.Entretanto, percebe-se que os empreendimentos ancorados em inovação, principalmente em sua fase nascente, têm dificuldades para agregar valor a seus produtos e para manterem uma constância nesse processo inovativo, promovendo insustentabilidade ao longo do tempo. Esse resultado ocorre devido, de um lado à ineficiência produtiva e à inadequação das estratégias gerenciais engendradas, de outro, a um ambiente institucional desfavorável ao desenvolvimento de iniciativas empreendedoras que, no caso do Brasil, se traduzem em: excesso de burocracia, políticas tributárias pouco compensatórias, infraestrutura deficiente e ausência de apoio técnico-financeiro (Barbieri, 2003;Isenberg, 2010).Além das iniciativas de âmbito governamental que venha a favorecer o ambiente de negócios, são imperativos ao sucesso empresarial: aquisição de competênc...