Internacionalização acelerada de empresas de base tecnológica: o caso das Born Globals brasileiras

Abstract

O fenômeno born global tem sido relatado, principalmente em setores de alta tecnologia, e tem requerido novos entendimentos teóricos sobre a atuação internacional de empresas nascentes e pequenas. Este artigo analisa a relação dos fatores do ambiente externo da empresa no país de origem, fatores organizacionais e fatores do empreendedor pelos quais algumas empresas de base tecnológica (EBTs) se internacionalizam de maneira acelerada. Um survey foi aplicado a EBTs brasileiras. Ao final da coleta de dados, a primeira base de dados gerada continha 214 respostas, das quais 85 foram obtidas de empresas com algum tipo de negócio no exterior, 39,7%. Destes, 54 questionários foram considerados válidos para esta pesquisa. Os dados foram analisados utilizando-se técnicas estatísticas de regressão logística. Os resultados mostram que os fatores externos à empresa influenciam mais na internacionalização das EBTs em relação aos fatores internos. A integração em cadeias produtivas globais e as habilidades gerenciais internacionais do empreendedor aparecem como os fatores que melhor discriminam a internacionalização das EBTs born globals. Portanto, esta pesquisa contribui para a discussão do processo de internacionalização acelerada das EBTs, contribuindo para suprir a lacuna da importância dos fatores externos, internos e do empreendedor no processo de internacionalização dessas empresas.

Experiências de Internacionalização de Pequenas Empresas de Software e Conhecimentos Obtidos

“…Embora nos últimos anos a produção de software no Brasil tenha tido destaque, a atuação do setor no exterior não é tão expressiva (Souza, Vasconcelos, & Corrêa, 2012). Políticas nacionais têm incentivado a internacionalização de empresas (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos [ApexBrasil], 2014), porém cabe salientar o número reduzido de empresas de base tecnológica que operam em mercados internacionais (Ribeiro, Oliveira Junior, & Borini, 2012). Dib, Rocha e Silva (2010) comentam as dificuldades que empresas brasileiras de software enfrentam para se internacionalizarem, quando comparadas a empresas europeias.…”

“…Embora estudos anteriores tenham focado o processo de internacionalização de empresas de software (Burzynski, Graeml, & Balbinot, 2010;Dib et al, 2010;Ibeh, Kasem, 2011;Ribeiro et al 2012;Souza et al, 2012), eles não foram suficientes para evidenciar os efeitos dessas experiências sobre a geração de conhecimentos para as empresas. Focar a geração de conhecimento é importante para empresas de software, pois elas necessitam incorporar conhecimento em práticas e estratégias (Tzortzaki & Mihiotis, 2014;Makambe, 2015).…”

Motivadores da Internacionalização de Pequenas Empresas de Software: um estudo multi casos nos contextos brasileiro e espanhol

“…Uma dessas formas consiste no lançamento de produto inovador (Xie & Suh, 2014). Outra é representada pelas empresas que nascem globalmente (born global) ou empresas baseadas em novas tecnologias, as start-ups globais (Ribeiro, Oliveira, & Borini, 2012). Essas empresas não começam seu processo de expansão internacional gradualmente, mas de forma rápida, fato que é possível pela inovação tecnológica que utilizam, pois são pequenas empresas orientadas para a tecnologia que operam com negócios internacionais, às vezes sem nenhuma experiência no mercado interno (Silva et al, 2010).…”

As Teorias Comportamentais E Econômicas Nas Estratégias De Internacionalização De Empresas

“…Cyrino, Oliveira, Barcellos (2010) "O processo pelo qual a empresa passa a obter parte ou totalidade de seu faturamento a partir de operações fora de seu país de origem, seja através da exportação ou do licenciamento de produtos e processos produtivos, seja através da realização de investimentos diretos". Ribeiro, Lima (2008) "O cruzamento das fronteiras dos estados-nações ou a expansão internacional dos negócios de uma empresa, ou ainda a implantação de uma dada companhia no exterior".…”