Este artigo objetiva ampliar as reflexões sobre o ensino de enfermeiros em cuidados paliativos oncológicos sob a ótica dos conceitos de instituição, instituído e instituinte da Análise Institucional, considerando-se a formação em enfermagem como uma instituição em constante movimento e sendo atravessada por outras instituições. A pesquisa é bibliográfica, exploratória e com abordagem qualitativa, utilizando o referencial teórico-metodológico da Análise Institucional e seus conceitos de instituição, instituído e instituinte. O levantamento bibliográfico foi realizado em duas etapas: a primeira realizada no portal Biblioteca Virtual em Saúde e a segunda em documentos oficiais que abordam os cuidados paliativos, o que possibilitou ampliar a discussão sobre a temática. Os resultados destacam a necessidade de mudanças na formação de enfermeiros, reconhecendo que a consolidação de novas práticas trazidas pelos cuidados paliativos constitui-se em um desafio nos cenários instituídos de formação, seja nos centros formadores ou nos serviços. Traz ainda a reflexão de que processos instituintes, tais como a prática de enfermagem nos cuidados paliativos, produzem estranhamentos e rupturas, tendo como aspecto positivo a provocação de mudanças e ampliação das possibilidades de centros formadores e serviços para realizarem novas experimentações, problematizando o contexto onde estão inseridas. Finaliza considerando que todo processo instituinte deve indicar movimentos de mudança que direcionem para novos caminhos, pensados por um coletivo, onde os profissionais e estudantes devem se perceber como protagonistas deste processo de construção de novas práticas no cuidado de enfermagem.