Reportagens relacionando ciência e futebol não são frequentes na cobertura esportiva do Pará. Compreender as causas deste problema é o principal objetivo do presente trabalho. A partir da revisão bibliográfica da ciência do esporte no futebol, evidenciou-se a interdisciplinaridade que há décadas contribui com estudos relevantes que não resultaram apenas no entendimento de problemáticas da modalidade, mas também no aumento de desempenho de jogadores e equipes de futebol. Em um segundo momento, o trabalho traz o diálogo entre cultura científica (VOGT, 2003) e o jornalismo, a partir das perspectivas dos jornalismos científico (BUENO, 2009) e esportivo (BUENO, 2005; MALULY, 2005), a fim de evidenciar a provocação de Messa (2005), que credita ao jornalismo esportivo de caráter científico, o jornalismo esportivo-científico, a possibilidade de ir além do entretenimento para torcedor-espectador. Mas, para isso, faz-se necessário compreender, a partir de entrevistas semiestruturadas, os fatores limitantes da cobertura esportiva no Pará e as razões para que a ciência tenha pouco espaço. Uma possibilidade para ampliar o conteúdo envolvendo ciência e futebol está na expertise e na relação entre jornalistas e os integrantes das comissões técnicas das equipes de futebol do Pará.
Palavras-chave: ciência do esporte, divulgação científica, jornalismo científico, jornalismo esportivo.