Multirresistência bacteriana: a vivência de pacientes internados em hospital-escola do município de Londrina, Paraná

Abstract

RESUMOPara compreender a experiência vivenciada pelo paciente portador de microrganismo multirresistente (MR) submetido à rotina de isolamento e precauções de contato no ambiente hospitalar foi realizada uma pesquisa qualitativa na qual foram entrevistados oito pacientes portadores de MR internados nas enfermarias de isolamento das unidades masculina e feminina do Hospital Universitário de Londrina em novembro e dezembro de 2008. Utilizou-se a entrevista semiestruturada para a coleta de dados e, para a análise dos discursos, o referencial de análise preconizado por Bardin, surgindo três categorias: "Recebendo explicações sobre ser portador de MR e a necessidade de isolamento"; "Expressando sua percepção sobre como se transmite o MR"; e "Verbalizando os sentimentos ante os cuidados diferenciados". Os pacientes relataram ter recebido informações superficiais sobre sua condição de multirresistência e referiram dúvidas sobre a transmissão de MR e a necessidade de isolamento. Eles perceberam os procedimentos diferenciados, aos quais alguns entrevistados associaram sentimentos de discriminação, diminuição da autoestima e medo. Conclui-se que é necessário supervisionar práticas que possam veicular MR, assim como esclarecer o paciente sobre a rotina diante do diagnóstico de multirresistência bacteriana, para que haja compreensão e colaboração nos cuidados a ele prestados durante a internação. Precaução. INTRODUÇÃOAs infecções hospitalares (IHs) representam um risco para o paciente hospitalizado, em decorrência do desequilíbrio entre os mecanismos de defesa anti-infecciosa do hospedeiro e sua microbiota normal. A transmissão de microrganismos diversos pode ocorrer de pacientes colonizados/infectados para pacientes e profissionais da área da saúde (PAS) suscetíveis, e ambos podem ser responsáveis por essa disseminação (1)

Percepções de pacientes sobre infecções relacionadas à assistência à saúde e medidas de segurança [Patients’ perceptions of health care-related infections and safety measures]

“…Dez estudos se destacaram por examinar as percepções do paciente sobre as medidas referentes às IRAS, após aplicação dos critérios preestabelecidos 8,[12][13][14][15][16][17][18][19][20] . Com a finalidade de preservar o contexto dos estudos, apresenta-se resumo individualizado na Figura 1.…”

“…Para coleta de dados, a maioria dos estudos realizou entrevistas semiestruturadas, um utilizou grupo focal com pacientes, outro utilizou conjunto de métodos e outro, observação e filmagem. Como método de análise, seis artigos utilizaram análise de conteúdo [13][14][15][16][17]19 , dois serviram-se da análise temática 12,18 , outro de análise indutiva 8 e um realizou etnografia vídeo reflexiva Seis temas emergiram dos textos analisados revelando as percepções dos pacientes sobre as medidas de prevenção e controle das IRAS (PCI), que implicam em fatores que influenciam envolvimento e contribuição para a própria segurança.…”

“…A comunicação revelou-se insatisfatória entre profissionais de saúde (PS) e pacientes, seja por meio verbal ou pela ausência de material impresso ou outros meios [13][14][15][16][17][18][19][20] . Destaca-se a falta de informação sobre a situação de saú-de do paciente, se portador de infecção 13,[16][17][18] ; conceitos em infecção e tipos de bactérias 13,16,18 ; modos de transmissão e medidas PCI 14,17,19,20 . Embora alguns pacientes tenham sido informados sobre o motivo das medidas, o desejo de informações adicionais foi manifestado [15][16][17] , incluindo o recebimento de orientações escritas 19,20 .…”

<b>Prevalência e perfil de sensibilidade de staphylococcus aureus isolados em pacientes e equipe de enfermagem</b> DOI: 10.4025/cienccuidsaude.v12i3.17609

“…Porém, no início da década de 1970, começaram a aparecer cepas de S. aureus com resistência à meticilina ou oxacilina, (11) . Vale ressaltar que o aumento das infecções por Staphylococcus aureus resitentes à oxacilina (Orsa) foi acompanhado pelo crescimento da resistência a vários antibióticos, como os aminoglicosídeos, quinolonas, macrolídeos e tetraciclinas (24) , contudo a preocupação atual se concentra na identificação precoce de Orsa com resistência à vancomicina, que é uma das últimas drogas desenvolvidas para o tratamento das infecções por Orsa (12) . Os resultados desse estudo mostraram que os S. aureus, em sua totalidade, se mostrou sensível à vancomicina.…”

“…As opções terapêuticas para o tratamento das infecções causadas por Orsa diminuem a cada dia, limitando-se ao uso de antibióticos de amplo espectro, o que pode favorecer a resistência microbiana, confirmando a ineficiência terapêutica destas drogas, conforme observado por outros autores (24) . A elevada resistência aos antibióticos betalactâmicos, aminoglicosídios e macrolídeos pode ser justificada por se tratar de amostras isoladas de pacientes e funcionários de UTI, setor na qual se concentra os maiores fatores de risco para aquisição de micro-organismos multirresistentes, dentre os quais se incluem a gravidade do caso clínico, tempo de internação, uso de procedimentos invasivos e antibioticoterapia indiscriminada (20) .…”