Os mapas foram tidos, outrora, como linguagem essencial da ciência geográfica. No período atual, juntam-se a eles as fotografias aéreas verticais e as imagens orbitais. As primeiras foram utilizadas sobremaneira nas investigações geográficas em contexto acadêmico-científico, complementadas atualmente pelas imagens orbitais. Essas duas linguagens estão circulando um jeito novo de olhar e conceber o espaço, seja ele próximo (percorrido diariamente por nosso corpo) ou distante (experimentado via imagens orbitais, entre outros tipos de imagens). Os diferentes tipos de imagens orbitais e fotografias aéreas verticais estão produzindo em nós uma dada memória visual acerca do que venha a ser a realidade do espaço geográfico em suas diversas manifestações cotidianas. Assim, pergunto: em que contexto tais imagens assumem o status de serem reais ou tão semelhantes à realidade, de modo a parecer que são, de fato, verdadeiras ou a própria realidade geográfica? O que supostamente nos leva a acreditar nas imagens como uma (re)apresentação da realidade? Neste texto, discuto o status de realidade que as imagens orbitais e as fotografias aéreas têm no contexto dos estudos geográficos acadêmicos. Ao final, destacarei os exemplos do status de realidade nas fotografias aéreas verticais.