“…Algumas questões que se podem elencar são: a obesidade e sua construção social a partir dos discursos médicos e da estigmatização social (Fischler, 1995;Poulain, 2004), as ansiedades (neofilia e a neofobia) e as desordens (obesidade, bulimia e anorexia) alimentares (Fischler, 1995;Contreras, 2005), os riscos alimentares em decorrência da lógica produtivista e do descontrole no uso da tecnologia aplicada às mudanças biológicas e químicas da natureza (Marsden, 2009), as mudanças climáticas e seus impactos na produção de alimentos (FAO, 2013;Tacoli et al, 2010), a concentração dos mercados em relação ao abastecimento alimentar (Wilkinson, 2008;Cunha, 2010;Ploeg, 2008), o ativismo político por meio das organizações coletivas que se opõem à ló-gica dominante do consumo em massa, como o slow food, veganismo, vegetarianismo, fair trade, ou mesmo por meio de práticas individuais de consumo político (Portilho, 2009;Micheleti, 2003), constituição de práticas alimentares (inovações organizacionais e institucionais) no âmbito da transição para um modelo mais sustentável de consumo e de produção (Fonte, 2013;Hinrichis, 2014;Guivant et al, 2010;Seyfang, 2006). Estas abordagens, entre outras, demonstram o amplo campo de debate que se constitui em torno do consumo e da oferta de alimentos.…”