O crescimento da percepção social do impacto ambiental do consumo e o surgimento de novas estratégias de política ambiental centradas na esfera do consumo são explicados através de um "deslocamento" discursivo da definição da crise ambiental. O presente trabalho analisa as promessas e armadilhas da estratégia de consumo verde e os limites e as possibilidades de mudar os atuais padrões de consumo através da estratégia política do consumo sustentável. O trabalho tem por objetivo discutir a seguinte questão: que possibilidades de fortalecer ou inibir a participação na esfera pública emergem com o deslocamento das políticas ambientais para a esfera do consumo? Ao contrário de reafirmar a alienação, a manipulação e a heteronomia dos consumidores ou, apressadamente, enfatizar seu poder e sua liberdade de escolha, optamos por enfatizar uma vertente do diálogo da teoria social contemporânea que concebe a possibilidade de novas formas de ação política a partir da articulação das esferas pública e privada. Uma vez que as atividades de consumo operam na interseção entre vida pública e privada, o debate sobre meio ambiente e consumo pode envolver questões de ambas as esferas, recuperando as pontes entre elas.
The recent perception of environmental impact of modern consumption patterns and the centrality of this discourse inside the mainstream of Western environmentalism is explained by two discursive "shifts". We will analyse the promises and pitfalls of green consumption proposals and the constraints and possibilities of changing current consumption patterns through the sustainable consumption politics strategies. The present work aims to discuss the following question: which possibilities to enlarge or to inhibit the participation on public domain does emerge with the shift of environmental politics towards the consumption field. Instead of restating the consumer alienation, manipulation and heteronomy, or supporting at once their power and freedom of choice, we chose to stress the dialog of contemporary social theory which accepts the possibility of new ways of political action by the articulation of public and private domains. Thus, the environment and consumption debate can be done not only in a public but also private arena, comprehending topics from both domains. Through this debate, the environmental issue can be placed where private concerns and public issues get together
O campo interdisciplinar de reflexões sobre a alimentação como campo político passa por um processo de expansão e transbordamento para a esfera privada, cotidiana e rotineira do consumo alimentar. Tal processo parece ser reflexo de transformações nos mercados agroalimentares globais, da ampla percepção e publicização dos riscos alimentares e da politização do consumo. Uma vez que os indivíduos assumem responsabilidades sobre as consequências ambientais e sociais de suas escolhas cotidianas, a especificidade política da alimentação nas sociedades contemporâneas extrapola a esfera institucional (segurança alimentar e nutricional, desigualdades sociais no acesso à alimentação, políticas agrícolas e regulamentação da publicidade de alimentos) para atingir a esfera privada. O artigo aborda alguns dos recentes debates sobre o processo de politização do consumo e faz uma reflexão teórica sobre as dimensões ética, política e ideológica que relacionam hábitos de consumo alimentar, incluindo locais e formas de aquisição e preparo dos alimentos, valores de preservação ambiental, solidariedade com pequenos produtores locais e precaução reflexiva ante os riscos alimentares. Aponta ainda uma agenda de pesquisa capaz de captar processos de politização da comida e práticas de consumo político no campo da alimentação.
O artigo reflete sobre os novos atores do mercado, em especial os movimentos sociais econômicos, ou seja, aqueles em que os atores constroem uma nova cultura de ação política visando a reapropriação da economia a partir de valores próprios. Exemplo disso são os movimentos de economia solidária, comércio justo, indicação geográfica, slow food e os movimentos de consumidores organizados. Esta interface entre movimentos sociais e mercado é, talvez, a característica mais marcante, diferenciadora e polêmica das mobilizações políticas atuais. No entanto, para além dos movimentos sociais econômicos, o artigo enfatiza e, ao mesmo tempo, problematiza a ação política na esfera do consumo individual, o que tem sido chamado de consumo político. Palavras-chave: movimentos sociais econômicos, movimentos de consumidores, consumo político.
As sociedades lidam de formas diversas com os riscos alimentares, construindo coletivamente diferentes percep��es sobre os mesmos. A partir do conceito de Food Safety, este di�rias artigo discute representa��es sociais do risco alimentar constru�das e negociadas nas rotinas. As an�lises adv�m de dados coletados em uma pesquisa densa de Grupo Focal que contou com a participa��o de 86 informantes. Como resultado da pesquisa, foram encontradas quatro representa��es sociais que revelam as l�gicas presentes na mem�ria coletiva das fam�lias, alicer�ando emo��es e impulsionando as a��es relativas ao comer: cidadania, desconfian�a, medo e impureza. Estas quatro representa��es sociais espelham valores �ticos, sociais e ambientais que modelam as preocupa��es e pr�ticas alimentares.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2025 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.