A concepção de proficiência em leitura preconiza que os indivíduos sejam ativos no meio social, de modo que consigam compreender e interagir com as informações que os cerca. Espera-se que essa mesma concepção esteja prevista em todo processo educacional, com vistas que os estudantes sejam formados enquanto leitores proficientes, e, em composição desse processo, também esteja prevista nas avaliações em larga escala, haja vista que entre as suas funções está a de avaliar as mais diferentes etapas de ensino e orientar o planejamento de políticas públicas. Todavia, o que se tem visto, com frequência, são muitas queixas dos agentes diretamente envolvidos, professores e alunos, e dados alarmantes a cada relatório divulgado pelos órgãos competentes. Tratando-se mais especificamente do desempenho em leitura no contexto acadêmico, avaliações como o Enem e o Enade demonstram uma quebra expectativa, pois, mesmo após cursar anos da educação básica, alunos têm adentrado a universidade com deficiência em leitura, e mais preocupante ainda é o fato de estarem matriculados ou terem concluindo o curso de nível superior e as dificuldades ainda persistirem. Diante disso, o presente estudo tem como proposta abordar a trajetória de progressão de desempenho dos estudantes universitários por meio das duas principais avaliações em larga escala das quais os mesmos participam, o Enem, por ser o mais importante exame de seleção de vagas; e o Enade, por ser avaliação obrigatória a todos os matriculados em cursos de graduação. Para isso, traremos as concepções de competência leitora nos dois exames, além de alguns estudos já realizados sobre leitura e escrita acadêmica.