Este artigo intenta analisar criticamente, a partir de uma perspectiva freireana, o “ser professor(a)” no contexto atual da formação e do trabalho docente, com o objetivo de compreender de que forma a autonomia docente pode ser influenciada ou até mesmo subvertida pelas políticas curriculares, tomando-se como exemplo a implantação da Base Nacional Comum Curricular para a Educação Básica – BNCC e a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação). Para isso, realizamos um levantamento bibliográfico, de abordagem qualitativa, com base em produções acadêmicas que versam sobre essa temática. Ao pensar em políticas educacionais, observamos que o currículo é peça-chave de fomento e legitimação de mudanças educacionais, cujos discursos e elementos ideológicos atuam na forma de pensar da sociedade. Assim, acreditamos na(s) possibilidade(s) de transgressões, de ousadias, de resistências a partir de recontextualizações e reinterpretações das políticas curriculares, visando ao fortalecimento da atuação do(a) professor(a) da educação básica e ao resgate de sua identidade e autonomia em um cenário cada vez mais desafiador.