No início do século XXI, a humanidade enfrenta uma emergência humanitária que se evidencia no ressurgimento de nacionalismos e populismos extremados; no drama de migrantes e refugiados; em manifestações de xenofobia, racismos, intolerância religiosa e outras formas de violência real e simbólica que se alastram pelo mundo. Esse cenário é agravado pela constatação de que o manejo do meio ambiente, sob o influxo do paradigma do crescimento econômico ilimitado e do progresso infinito, tem levado a um rápido esgotamento das possibilidades de vida no planeta já no tempo presente, com riscos sérios para o futuro. Isso configura uma emergência ambiental a exigir que se adotem práticas de desenvolvimento sustentável e ambiental antes que a devastação atinja o “ponto de não retorno” para o planeta e para a humanidade. Abordando de maneira assertiva e com autoridade moral essas e outras questões que desafiam a humanidade contemporaneamente, o Papa Francisco tem se destacado comouma liderança global, capaz de influenciar, positivamente, os rumos da história e, efetivamente, impulsionar as transformações necessárias. Neste artigo, são analisadas algumas ideias-chave que despontam do pensamento vivo do Papa, ao abordar a emergência educativa que o atual cenário configura. Cultura do encontro, educação ecológica, humanismo solidário, alfabetização integral e pacto educativo são alguns conceitos que se firmam em sua abordagem da educação. Dialogando com educadores, filósofos e pensadores contemporâneos, o Papa está convicto de que a educação pode efetivamente, em conjunto com outras forças sociais, transformar o mundo e resgatar a humanidade da autodestruição.