A fenestração do disco intervertebral faz parte dos procedimentos cirúrgicos indicados para tratamento da doença do disco intervertebral. Este estudo teve como objetivo observar, em 45 cadáveres caninos, se a fenestração ventral e lateral dos discos intervertebrais cervicais e toracolombares respectivamente pode gerar riscos à medula espinhal. Tais cães eram adultos jovens, neurologicamente sadios, com peso oscilando entre sete e 13kg, dos quais em 25 foi retirado o segmento cervical C1-C7 e nos demais foi extraído o segmento toracolombar T11-L4, para abertura do canal vertebral (escolheram-se aqueles não afetados por protrusão ou extrusão discal), realização de incisão dorsal do disco até atingir o núcleo pulposo e posterior aplicação e análise das técnicas de fenestração ventral e lateral (ambas com janela e sem janela). Nos 100 discos intervertebrais cervicais fenestrados, observou-se um total de 78 extrusões dorsais de material discal, 55% delas pertencentes ao grupo da fenestração com janela e 45% pertencentes ao outro grupo. Dos 120 discos intervertebrais toracolombares fenestrados, observou-se um total de 68 (56,6%) extrusões de núcleo pulposo, sendo 47% delas pertencentes ao grupo com janela e 53% pertencentes ao grupo sem janela. Verificou-se que a fenestração de discos intervertebrais, com ou sem criação de uma janela no ânulo fibroso, pode deslocar núcleo pulposo para o interior do canal vertebral. Foi observada, através de análise estatística, diferença significativa entre os resultados obtidos das fenestrações dos discos intervertebrais cervicais e toracolombares. Porém não ocorreram tais diferenças ao se compararem os métodos de fenestração com e sem janela, realizados tanto na região cervical quanto na toracolombar.