ResumoAs lutas dos indígenas brasileiros devem-se, em parte, à preservação das suas terras contra fazendeiros e políticos. No caso dos Pankará, a adversidade levou-os ao reconhecimento étnico, à manutenção do território e ao direito de vivenciarem as suas práticas culturais na escola. Este estudo recorre ao ritual sagrado do toré, visando produzir um material educativo como organizador prévio para o(a) educador(a) indígena negociar significados interculturais entre a sua própria cultura e o saber escolar institucionalizado. O objetivo do material produzido é aludir metaforicamente às idealizações geométricas de círculo e dos seus elementos com o saber não indígena, e com isso despertar cultural e cientificamente o interesse de crianças pankará pelo saber matemático.
Palavras-chave:Ritual do toré; organizador prévio; conceito de círculo; educador indígena pankará.
AbstractMost struggles of indigenous peoples in Brazil are due in part to preserving their territory from farmers and politicians. The Pankará people, however, has overcome adversities to get its ethnicity recognized, maintain its territory, and live its culture at school. This study uses the sacred ritual of the toré in order to produce a pedagogical material as a previous organizer for Pankará educators to negotiate their cultural meanings between their own culture and the institutionalized knowledge. The pedagogical material approaches the geometrical idealizations of circle and its elements metaphorically as a non-indigenous knowledge to interest the Indigenous people culturally and scientifically.Keywords: Toré ritual; previous organizer; concept of circle; Pankará educators. Adotou-se aqui a grafia dos etnônimos brasílicos estabelecida pela "Convenção para a grafia dos nomes tribais", na 1ª Reunião Brasileira de Antropologia, realizada no Rio de Janeiro, em novembro de 1953; segundo a qual, os substantivos e adjetivos são invariáveis e grafam-se, no caso dos primeiros, com inicial maiúscula.
Introdução