O objetivo do estudo foi investigar as imagens sociais que vizinhos de serviços de acolhimento atribuem ao adolescente institucionalizado. Trata-se de um estudo com delineamento transversal, de natureza descritiva e com abordagem quantitativa e qualitativa dos dados. Participaram 100 vizinhos (adultos e jovens), de ambos os sexos, de três serviços de acolhimento na região metropolitana de Belém-Pa, com idade entre 16 e 85 anos (M= 41,5, DP= 17,1). Utilizou-se questionário sobre imagens sociais, questionário sobre qualidade da vizinhança, roteiro de entrevista semiestruturada e diário de campo. Foram realizadas análises descritivas, de valência, teste t para a amostra pareada e análise de Cluster. Os resultados revelaram que atributos negativos foram mais associados ao adolescente institucionalizado, principalmente nas vizinhanças 2 e 3, onde verificou-se fragilidade na interação com os vizinhos. As relações estabelecidas podem influenciar na manutenção ou desconstrução das imagens sociais acerca de adolescentes institucionalizados. A participação destes na comunidade/vizinhança pode contribuir para a desconstrução de imagens sociais negativas ao seu respeito. Sugere-se, ainda, que os adolescentes tomam a condição de institucionalização como algo que lhes confere uma identidade social, que os marca como diferentes diante da sociedade. A fragilidade da relação entre os serviços de acolhimento e a vizinhança reforça imagens sociais negativas e dificulta o exercício da convivência comunitária.