A agricultura familiar se caracteriza pela inserção de pequenos produtores familiares nas unidades agrícolas, os quais estabelecem diferentes culturas, em pequenas propriedades de terra, com uso de tecnologia rudimentar e mão de obra familiar, destinando sua produção para o autoconsumo. Nessa perspectiva, objetivou-se representar os aspectos ambientais e socioeconômicos dos produtores familiares rurais do Médio-Parnaíba piauiense, para que tais informações sirvam de subsídio em tomadas de decisões no âmbito rural. A pesquisa foi conduzida em quatro localidades rurais, por meio de entrevista semiestruturada, totalizando 44 informantes, sendo os dados coletados, analisados pelo método de abordagem mista. Constatou-se que os agricultores entrevistados são majoritariamente do gênero masculino (39 indivíduos), de faixa etária adulta (54,54%) e de baixa escolaridade (54,54%). No quesito renda familiar, os proventos oriundos da agricultura não chegam a um salário-mínimo para 47,72% dos participantes. Dentre os fatores que se associam ao êxodo rural destacam-se: busca por melhorias de condições de vida, escassez hídrica e o avanço do agronegócio, sobretudo, no alto curso fluvial. Depreendeu-se que a baixa escolarização reflete diretamente na renda mensal percebida pelos agricultores familiares rurais, que por consequência repercute na infraestrutura do seu local de produção, nos mecanismos de uso e manejo da terra, bem como nos rendimentos dos produtos obtidos, denotando, portanto, forte correlação entre as variáveis socioambientais e o modo de desenvolvimento agrícola desempenhado pelo pequeno produtor rural.