OBJETIVO: compreender as concepções de formação dos estudantes de Fonoaudiologia da Universidade Federal da Bahia que participam ou participaram do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde, e discutir as percepções sobre as potencialidades e limites do programa para a formação. MÉTODOS: pesquisa qualitativa, com dados produzidos a partir de grupo focal. Os estudantes foram divididos em 2 grupos, tendo 6 participantes em um e 4 em outro, totalizando 10 sujeitos. RESULTADOS: as concepções de formação evidenciadas foram: aprendizagem por meio da relação entre teoria e prática, processo permanente de aprendizagem e reflexão das experiências. Sobre as potencialidades do Programa, os estudantes trouxeram o reconhecimento das necessidades em saúde, vivência de novas práticas de aprendizagem, significação da integralidade e trabalho em equipe e interdisciplinar. Referente aos limites, os estudantes expuseram a precarização do sistema de saúde do município, baixa participação dos preceptores, incompatibilidade dos horários e relações conflituosas com os profissionais que não participavam/ participam do Programa. CONCLUSÃO: os sujeitos compreendem a formação como algo que vai além do saber técnico e científico. Nas potencialidades, destaca-se a importância de serem criados espaços na universidade para o trabalho interdisciplinar e para vivência de novas práticas de aprendizagem. Sobre os limites, a precarização do sistema de saúde interfere diretamente na aprendizagem do estudante, com prejuízo nas ações. Diante disto, restringir as práticas do Programa somente à inserção do estudante no serviço não garante a reorientação da formação, reforçando a necessidade de consolidar as reformas curriculares e de fortalecer a articulação entre ensino-serviço.