“…O que pode resultar em conflitos, já que a interação entre Estado e planejamento privado das relações familiares nem sempre é harmoniosa em termos de percepções. Em vista disso, é preciso se cercar de dois cuidados, perceber os riscos de irrupção do paternalismo de Estado nas relações intrafamiliares, em que a autoridade central, considerando dispor de maiores informações e das melhores percepções para proteger os interesses do núcleo familiar, vislumbra "inferioridade cognitiva" do regulado, o que pode ser seguido da "substituição de julgamento" 28 , por meio da qual políticos normatizam os comportamentos privados ou firmam nudges, estratégias públicas que influenciam as decisões dos particulares sem recorrer a juízos de proibição, i. e., campanhas de conscientização enquanto instrumentos importantes e poucos explorados nesse campo. Outrossim, importa falar do dirigismo familiar.…”