Conflitos de interesse: nada a declarar.
ResumoObjetivo: Identificar a prevalência do uso de drogas lícitas e ilícitas por gestantes que realizavam pré-natal na Atenção Primária à Saúde e fatores associados ao seu uso.Métodos: Estudo transversal realizado por meio de roteiro estruturado, composto de variáveis sociodemográficas gestacionais e uso de drogas pela gestante e seus familiares, aplicado a 270 mulheres em pré-natal de baixo risco de 15 Unidades Básicas de Saúde, de dois municípios de uma região metropolitana do Sul do Brasil, onde existem diferenças socioeconômicas e demográficas negativas em relação a cidade-polo. A coleta de dados ocorreu no período de dezembro de 2019 a fevereiro de 2020. Os dados foram analisados por meio do teste do qui-quadrado de Pearson, sendo consideradas significativas as associações com valor de p<0,05.Resultados: Jovens de 25 a 35 anos corresponderam a 77% da amostra; pardas/negras foram 60,4%; multigestas somaram 41,8% (com mais de três filhos). Tinham parceiro conjugal fixo 86,6%. A prevalência de uso atual de drogas foi de 46,2%. Houve associação estatisticamente significativa entre consumo de álcool e ter tido intercorrências gestacionais (razão de chance de 2,5; intervalo de confiança de 1,17-5,22); entre o consumo de maconha e a idade de 15 a 19 anos (razão de chance de 2,7; intervalo de confiança de 1,01-7,03); entre consumo de tabaco e uso de drogas pelo esposo (razão de chance de 4,1; intervalo de confiança de 1,75-9,55) e entre uso de tabaco e classificação familiar do tipo monoparental (razão de chance de 6,6; intervalo de confiança de 1,55 -28,43).Conclusão: A prevalência entre uso atual e uso na vida foi elevada. As gestantes eram multigestas em prénatal de baixo risco. O uso de drogas esteve associado a intercorrências gestacionais, idade, uso de drogas pelo esposo e a classificação familiar do tipo monoparental.