RESUMOObjetivo: Caracterizar o perfil da extensão vocal de mulheres com equilíbrio dentofacial, por meio da fonetografia. Métodos:Fizeram parte desse estudo 22 estudantes do gênero feminino, com idades entre 18 e 29 anos ( -X = 20±2 anos), falantes do Português Brasileiro, sem alteração ou treino vocal, que apresentaram tipo de face padrão I e harmonia dento-oclusal. Foi aplicado um formulário específico de auto-resposta e também foi realizada avaliação antropométrica da face, avaliação dento-oclusal, exame da fonetografia e análise acústica da frequência fundamental habitual da voz das participantes, realizados no período pós-
INTRODUÇÃOA fonetografia é um exame que representa graficamente a intensidade mínima e máxima da emissão da voz para diferentes frequências, a partir da grave para a mais aguda. É, portanto a representação da extensão vocal do indivíduo. Ela é amplamente utilizada como um método de análise acústica de voz, pois explora e documenta as extremas capacidades ou possibilidades vocais por meio da elaboração de um gráfico que mostra a intensidade dinâmica, em função da faixa de da frequência fundamental (1) . Ela pode ser utilizada como ferramenta para comparações intra e intersujeitos, permitindo acompanhar a evolução da voz durante o crescimento, o envelhecimento e o tratamento ou treino vocal. Possibilita, ainda, caracterizar a voz de cantores de acordo com o gênero, bem como as limitações vocais decorrentes de distúrbios (2)(3)(4) . Sabe-se que a qualidade vocal é modulada pelas cavidades ressonantais da face, porém, são escassos na literatura trabalhos que relacionem as condições morfológicas orofaciais e a função fonatória. Em cantores de ópera, as dimensões do trato vocal foram diretamente relacionadas às características da qualidade vocal e dos formantes (5) . Nos indivíduos com face curta ocorre um deslocamento da frequência dos formantes em direção aos agudos, enquanto nos casos de face longa há tendência de deslocamento aos graves (6) . O efeito da idade sobre as características vocais foi estudado e comparado em meninos e meninas entre seis e 11 anos, demonstrando diferença entre os gêneros (7) . Especificamente nas mulheres, ocorre uma drástica diminuição da frequência fundamental da fala com o envelhecimento, tendo relação com os efeitos hormonais associados com a menopausa. A dimi-