“…Como referir-nos, especialmente, ao problema no Brasil, ao fenômeno dos deslocamentos internos que afeta milhares de trabalhadores pobres, que percorrem longos trajetos, de uma cidade a outra, do campo para a cidade e vice-versa ou, ainda, de um ponto a outro entre as várias regiões? 3 A questão adquire contornos específicos, marcada por várias situações-limite como as múltiplas estratégias de relações de exploração em que a prática do trabalho escravo (Esterci, 2008;Gomes, 2008Gomes, , 2012; CPT, 2010) 4 , denominado de trabalho escravo contemporâneo pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), desafia o próprio estado de direito. Um conjunto de questões que assume dimensões mais complexas nos anos finais do século XX e inícios do século XXI, quando se registram dados que demonstram um aumento contínuo do uso do trabalho escravo no Brasil (Plassat, 2010;Figueira, 2004;Sakamoto, 2006).…”