“Socorro! Meu Filho Come Mal”: uma análise do comportamento alimentar infantil

Abstract


 
 
 O comportamento alimentar das crianças tem sido foco de preocupação científica e do estabelecimento de novas políticas públicas. Embora a terapia analítico-comportamental infantil seja profícua na produção de literatura, publicações envolvendo estratégias interven- tivas do comportamento alimentar infantil são escassas. O presente trabalho objetiva opera- cionalizar o que a literatura nutricional e médica tem denominado como comportamentos alimentar adequado e inadequado, elencando seus contextos antecedentes e consequentes mais típicos, assim como levantar hipóteses acerca de possíveis estratégias terapêuticas. Para tanto, as autoras se valeram de um programa nacional de televisão que se propõe a tratar dificuldades alimentares infantis como material de análise, interpretação e exemplificação de como o robusto corpo conceitual analítico-comportamental pode servir como base para futuras intervenções nas diversas áreas da saúde infantil como a psicologia, nutrição, endo- crinologia e pediatria. Foram elencados e discutidos recortes do programa, a partir dos quais, estratégias de intervenção pautadas em princípios básicos do comportamento foram discu- tidas. Sugere-se que estudos futuros se debrucem sobre a operacionalização do repertório do terapeuta encarregado de implementar as estratégias de intervenção do comportamento alimentar infantil.
 
 

Feeding difficulties among Brazilian children: prevalence and associated factors

“…The prevalence of FD is very variable. In Brazil, Maranhão HS et al 2018, studying children aged between 2 and 6 years in day care centers in the state of Rio Grande do Norte, found 37.2% of feeding difficulties (Maranhao et al, 2018), while other studies found prevalence of 34% and 37% in the northeast region of the country (Fisberg et al, 2019;Siqueira, 2018) and up to 44% in the state of São Paulo (Fisberg et al, 2019;Magalhães et al, 2020).…”

“…One of the practices that can be adopted to manage FD is the division of responsibilities, when parents should define when and where to serve meals, while the child can establish how much and what to eat (Magalhães et al, 2020). Responsive care with greater attention and interest from caregivers in the child's feeding process (Machado et al, 2017) through positive support practices, involvement in the preparation of meals that should be made together with the family, healthy emotional environment that makes it possible to expand coexistence (reducing stress and anxiety) and the appropriate physical environment are critical for the full development of the natural process of feeding in childhood (Haines et al, 2019;Silva et al, 2021).…”

A influência das mídias eletrônicas na construção dos hábitos alimentares na infância: um panorama do comportamento alimentar infantil na era digital e no contexto familiar

“…O comportamento alimentar observado entre as crianças nos dias atuais tem se tornado uma das maiores preocupações da atualidade em função das taxas alarmantes de sobrepeso e obesidade que vem se desenvolvendo entre crianças e adolescentes, ocasionando vários agravos à saúde e ao bem-estar nessa faixa etária (Magalhães et al, 2020). Como resultado desses comportamentos alimentares desregulados, as crianças atualmente estão cada dia mais expostas ao perigo de se tornarem obesas e serem acometidas por doenças cardiovasculares, e outras comorbidades relacionadas (Aglipay et al, 2020).…”

Mapeamento do uso do conceito “reforço natural” na literatura analítico-comportamental brasileira a partir dos periódicos nacionais

“…Há também aqueles artigos que definiram reforçadores naturais como aqueles produzidos diretamente pela resposta, ainda que sem mencionar diretamente Ferster (1967) ou Ferster et al (1968Ferster et al ( /1982, mas antes definindo estes reforçadores como oposição àqueles que são arranjados por terceiros (Cortez, Miguel & De Rose, 2017;Guazi, Laurenti & Carrara, 2018;Guilhardi, 2018;Gotti et al, 2018;Magalhães, Serrano, Alvarenga & Dahás, 2020;Tamura & Laurenti, 2017;Vitti & Laurenti, 2019); como exemplificado em Cortez, Miguel e De Rose ( 2017) "assim sendo, a correspondência poderia se constituir num reforçamento natural ou automático para o relatar, o que também poderia competir com outras consequências arranjadas" (p. 525), e em Guilhardi ( 2018) ". .…”