Storyboards no Desenvolvimento de Jogos Digitais Educacionais por Usuários Finais: Um Relato de Experiência

Abstract

Abstract. The learning of high school students engaged in a participatory IntroduçãoStoryboard é uma importante ferramenta gráfica de construção e visualização de roteiros e narrativas, que foi criada para os filmes de animação e depois teve sua utilização expandida para os mais diversos tipos de produção audiovisual (Hart 1999). É considerado um instrumento facilitador do processo de design, pois auxilia os designers a simular situações de projeto (Fischer e Scaletsky 1989).

Processos de Desenvolvimento Participativo de Tecnologias Digitais Educacionais nos Contextos Urbano e da Educação do Campo

“…Desde o primeiro ciclo, os estudantes propuseram alterações durante a execução do projeto. É exemplo disso a mudança de construção do Game Design Document (GDD), um documento percebido pelos estudantes e pela equipe do DEMULTS como de difícil legibilidade e manutenção, para o uso de histórias em quadrinhos para documentar os requisitos dos jogos (storyboards) [Morais et al 2015]. Essa alteração nos artefatos que mediaram o processo demonstra o diálogo entre estudantes, pesquisadores e colaboradores para a melhoria contínua do projeto possibilitada pelo Design Participativo com a pesquisa-ação.…”

Abordagem Participativa de Desenvolvimento de Jogos Digitais Educacionais no Contexto Escolar

“…Os engajamentos comportamental e emocional são percebidos quando os educandos se apropriam do processo de que estão participando, fazendo sugestões sobre o artefato em construção pelo grupo, seja o jogo em si ou um artefato mediador, a exemplo de uma educanda que propôs o uso de storyboards como artefato mediador do processo do DEMULTS em um ciclo anterior [Morais et al 2014;Morais et al 2015). É importante mencionar que isto só é possível em um contexto democrático, com educadores conscientes de que o educando é o centro do processo de ensino-aprendizagem.…”

Conteúdos Curriculares em Jogos Digitais Educacionais: Desafios de um Processo Participativo

“…Em seguida, ocorre a etapa de ideação, apoiada por técnicas de tempestade de ideias (brainstorm) e mapas mentais, em que os educandos geram e selecionam democraticamente ideias para a narrativa e mecânica dos jogos a serem desenvolvidos. As ideias escolhidas são representadas por meio de Game Design Document -GDD (no primeiro ciclo) e storyboards (nos ciclos seguintes), artefatos que servem de referência e guia para o desenvolvimento dos jogos [Morais et al 2015], podendo ser constantemente adaptadas e estendidas durante o processo.…”

“…Os dados são coletados e analisados qualitativamente ao longo dos ciclos pelos pesquisadores do projeto, alunos de pós-graduação e de iniciação científica. A quantidade de dados gerada pelo DEMULTS é vasta e as unidades de análise podem ter focos e objetivos específicos, conforme visto nos trabalhos de Capezzera e Peres (2014), que focou no processo de ensinoaprendizagem, Morais et al (2015), que focou nos artefatos mediadores, e Peres e Oliveira (2013), que focou na renovação de práticas educacionais por meio da inserção de jogos digitais no contexto escolar. Tais trabalhos possuem foco no primeiro ciclo do DEMULTS.…”

“…Pode-se inferir que os dois primeiros ciclos tiveram melhores resultados quanto à integração dos temas educacionais às narrativas dos jogos, em decorrência de: (i) maior autonomia dos educandos para realização de pesquisas acerca dos conteúdos curriculares, o que resultou em produtivos momentos de interação presenciais e à distância (em grupo de rede social online), nos pares educando-educando e experteducando; (ii) maior tempo de ideação para construção colaborativa dos artefatos de Game Design Document e storyboard [Morais et al 2015], que possibilitam diversas situações de trocas discursivas; e (iii) maior integração de experts de conteúdos no processo, incluindo a professora da disciplina no segundo ciclo. O espaço simbólico que promoveu aprendizagem de conteúdos foi verificado também no terceiro ciclo a partir das trocas sociais de conhecimento promovidas pela Comunidade de Prática.…”