Territórios saudáveis e sustentáveis: contribuição para saúde coletiva, desenvolvimento sustentável e governança territorial

Abstract

Este ensaio é uma contribuição ao debate teórico‑metodológico para o desenvolvimento de territórios saudáveis e sustentáveis. Aborda conceitos já incorporados à saúde coletiva e a outras das ciências humanas e sociais. A construção e a aplicação do conceito de territórios saudáveis e sustentáveis remetem a análise das ações desenvolvidas por instituições de ciência e tecnologia, pesquisa e ensino, movimentos sociais, organizações não‑governamentais e governamentais. Exigem ainda pensar como ocorre o envolvimento de múltiplos atores que atuam nos territórios. Na saúde pública, esses conceitos foram incorporados e já norteiam as políticas de Atenção e Vigilância e de Promoção da Saúde do Sistema Único de Saúde. Nessa perspectiva, o objetivo deste ensaio, a partir de reflexões e experiências com pesquisa‑ação na região do semiárido para ativação de redes de governança participativa locais e regionais, é o de avançar na definição conceitual e na proposição de estratégias para o desenvolvimento territorial saudável e sustentável, considerando a ação local, o fortalecimento de processos de governança, a avaliação sistêmica dos impactos das políticas públicas regionais e o acompanhamento da Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável da ONU.

Cultivo Biodinâmico de Plantas Medicinais em Agroflorestas na Promoção de Territórios Saudáveis e Sustentáveis: uma proposta pedagógica de formação-ação

“…Deste modo, "não é o território em si mesmo, que faz dele objeto da análise social" 3(255) mas seus usos e as vivências nele presenciadas. Nesse sentido, a vida saudável e sustentável de um território se expressa ao longo do tempo, de forma multiescalar, manifestando-se, portanto, dentro do desenvolvimento global, regional e local, em suas dimensões ambientais, culturais, econômicas, políticas e sociais 4 .…”

Pesquisa-intervenção como mediadora de transformação das condições de saúde dos teleoperadores de Pernambuco

“…A AES considera a identificação das relações entre as condições de saúde e seus processos de determinação social, cultural, ambiental, econômico nos ecossistemas modificados pela intervenção humana fundamental para a investigação e ação (Betancourt;Parra, 2016;Lawinsky;Passos, 2012). Essa perspectiva metodológica possibilita estudos de maior completude e intervenções participativas para a resolução/intervenção de problemas ao reconhecer a interação entre os diferentes componentes do ecossistema e focar na promoção da saúde humana, ao mesmo tempo que incentiva a aproximação da sociedade com os tomadores de decisão e de políticas sociais, como destacado também na PNSTT, que preconiza metodologias participativas envolvendo os trabalhadores (Gomez;Vasconcellos;.…”

“…A abordagem nessa perspectiva visa propor intervenções no âmbito da transformação positiva da realidade dos sujeitos e fornecer subsídios para que eles possam ser sujeitos de reflexão e transformação de suas condições de vida. Na abordagem ecossistêmica, o processo de intervenção em uma realidade deve ser feito com a participação de representantes de todos os atores envolvidos: todos devem estar conscientes da problemática em questão e devem ter suas ideias de como resolvê-las respeitadas e levadas em consideração (Lawinsky;Passos, 2012).…”

Healthy and Sustainable Territories: health care strategies for rural black population in Caruaru/Pernambuco

“…In the territory, transformations and relationships between social practices and their effects on the social determination of health take place. The concept of TSS in public health can be addressed in two ways: one related to theoretical and abstract determinations; and another directly linked to the determination of social relations of a given territory, so that the process of social reproduction territorialized and conditioned by determining factors, or sustainability assumptions that shape spaces and determine social characteristics of territories, may or may not promote health, according to its predominance, presence or absence 12 .…”

“…TSS can be defined as relational and belonging spaces where life is made possible, through community actions and public policies that interact with each other and materialize in results for global, regional and local development, in the environmental, cultural, economic, political and social dimensions 12 . Given the importance of territoriality in the construction of TSS, this agenda has been prioritized in social and development policy guidelines, which includes AB and, more recently, the negotiation of the 17 Sustainable Development Goals (SDGs) that make up the so-called 2030 Agenda, prepared by the international society with the support of the United Nations (UN) 13 .…”