A pesquisa objetivou compreender as percepções juvenis acerca do significado da experiência socioeducativa de internação, medida privativa de liberdade, que se propõe a ser educativa e socializadora. Com a metodologia da história oral biográfica coletou-se sete entrevistas livres como fontes primárias. Os resultados apontaram característica acerca do perfil dos jovens - defasagem escolar, ingresso precoce no mercado de trabalho, baixa renda, desagregação familiar e rescendência infracional - e exprimiram cinco categorias que problematizam a experiência da internação - violência sofrida, identidade infratora, perspectivas e planos dos jovens, código de ética, significado da internação. A discussão, realizada mediante a análise de conteúdo, constatou percepções negativas referentes à socioeducação e educação na internação associada à perda de tempo e prevalência do caráter punitivo em detrimento do educativo, já que o disciplinamento coercitivo promovia clima pouco amistoso sob a tônica da violência e a educação era negligenciada e relegada plano inferior de importância.