Embora o Pensamento Computacional (PC) seja um tema cada mais vai pesquisado no contexto da educação básica, ainda são poucos os trabalhos que fazem essa investigação no contexto da Educação do Campo. Nela, há diretrizes específicas que favorecem a mediação social, mas, no geral, suas tecnologias digitais educacionais ainda são produzidas em grandes centros urbanos, descontextualizadas dos conteúdos curriculares para territórios rurais. Nesse contexto, o presente artigo analisa a emergência do PC em diferentes fases de um processo de desenvolvimento de jogos digitais em uma escola do campo no nordeste brasileiro. Este processo ancora-se em uma abordagem histórico-cultural e organiza-se como uma comunidade de prática, envolvendo pesquisadores, estudantes, professoras e técnicos agrícolas em interações horizontais e construção coletiva de saberes. O PC emerge na concepção das narrativas e implementação dos jogos, privilegiando perspectivas situada e crítica em que a computação se torna ferramenta de expressão, questionamento e desejo de transformação do contexto socioeconômico dos povos campesinos.