O aumento global dos espaços urbanos e a forma como o homem explora o uso e cobertura da terra tem impulsionado a diminuição das áreas de vegetação, desencadeando uma série de consequências ambientais como a alteração do microclima, principalmente nas áreas urbanas. Nesse sentido, esta pesquisa tem como objetivo analisar a tendência espaço-temporal das classes de uso e cobertura da terra no município de Feira de Santana, entre os anos de 2000 e 2020 e identificar se as mudanças na cobertura vegetal exercem influência na estrutura térmica do município. Foram utilizados dados de Temperatura da S uperfície (LST) do sensor MODIS e mapas de uso e cobertura da terra adquiridos a partir da coleção 6 do projeto MapBiomas. Além disso, também foi aplicado o modelo de regressão linear simples com correção de Prais e Winsten para estimar a tendência temporal das séries (Variação percentual anual-VPA). Foi identificado um aumento gradativo dos valores de LST em toda a área de estudo, com elevação de aproximadamente 1°C no valor máximo da temperatura, passando de 34,28 para 35,25°C. Os maiores valores de LST foram encontrados na classe de área urbana, por outro lado, os menores valores foram encontrados em áreas com presença de água e vegetação. Ao longo da série temporal estudada, as áreas de vegetação diminuíram, entretanto, não houve uma tendência de decrescimento significativa (VPA>0; p- valor>0,05). Já a área urbana e silvicultura apresentaram uma tendência de crescimento significativa (VPA>0; p-valor<0,05), no entanto, as classes de rio/lago e mosaico de agricultura e pastagem apresentaram uma tendência decrescente e significante (VPA<0; p-valor<0,05).