Uma skholé para professores: o estudo como dimensão constitutiva do ofício de professor

Abstract

A presente proposição reivindica o estudo como elemento constitutivo e basilar do ofício de professor. Neste texto, nos dedicaremos a pensá-lo a partir de atividades desenvolvidas no escopo da formação docente inicial, nossa área de atuação (uma, professora de um curso de licenciatura em uma universidade pública e a outra, professora de uma instituição escolar pública de ensino fundamental e médio). Tal atuação nos possibilita indicar, em um primeiro momento, certas incongruências no discurso acerca da profissionalização/ burocratização do professor. Neste sentido, destacamos que a formação docente inicial tem cada vez mais se fundamentado em uma lógica de aprendizagem, de desenvolvimento de competências e habilidades voltadas, na maioria das vezes, à garantia de inserção no mercado de trabalho e atuação profissional adaptada a lógicas produtivistas. Diante disto, nos propomos a pensar, no interior de uma noção de skholé – de um tempo livre e de um espaço público -, as possibilidades de estudo do ofício não somente em seus conteúdos específicos e metodologias, mas, especialmente, através de seus gestos, maneiras e modos de fazer. Por isso o foco não está num método docente, mas na ativação de uma experimentação desenvolvida através de observações, pensamentos e práticas que coloquem a escola – e por conseguinte a sala de aula - como matéria de estudo. Portanto o estágio, esta etapa fundamental da formação docente inicial, constitui-se em um tempo e espaço de atenção à escola. Tem por assunto o ofício do professor e por matéria os elementos que constituem este ofício. Para tanto, amparamo-nos particularmente nos escritos de Jan Masschelein e Marteen Simons sobre a noção de escolar e de Jorge Larrosa, sobre o ofício de professor.

Experimentações docentes a partir do Programa de Residência Pedagógica: maneiras, gestos e modos de fazer a docência

“…Notas iniciais sobre a formação de professores Se, por um lado, a formação de professores vem sendo tomada por um discurso normativo e regulatório calcado pela valorização do desenvolvimento de competências e habilidades, na qual se incluem protocolos formativos homogeneizantes e padronizáveis, fundamentados em lógicas de produtividade que se ocupam em discutir a inserção dos estudantes dos cursos de licenciatura no mercado de trabalho, faz-se necessário, por outro, fazer frente a esta compreensão de maneira que se recupere, assim como destacam Karen Rechia e Caroline Jaques Cubas (2019), uma dimensão constitutiva docente que conceda espaço para o estudo do ofício docente, capaz de valorizar saberes e fazeres anteriores à escolha de conteúdos específicos e de metodologias.…”

“…Uma posição que subverte, mas não elimina, a lógica das competências e das habilidades, dando sentido a manifestações que valorizam especialmente o percurso dos sujeitos, seja pelas suas práticas, lembranças, aspirações e saberes provenientes da leitura e da experiência, como pela expressão de perseverança, dedicação e atenção. Finalmente, considerar uma trajetória formativa que cria condições para a existência de um professor que estuda, que coloca a escola e a sala de aula como matérias de estudo, permitindo que esse gesto singular habite o próprio ofício (Rechia;Cubas, 2019).…”

La educación reglada en prisión. El caso español y su incidencia en las mujeres presas

“…A nuestro juicio es realmente importante que no se desvincule el derecho a la educación, en general, y a la educación reglada, en particular, de la orientación finalista de la reeducación y de la reinserción. Es importante no tanto por las posibilidades que se puedan poner en marcha para satisfacer la demanda de cursos de educación formal -de hecho, cabe sostener que este derecho debe mantenerse con independencia de si se produce o no una reeducación o reinserción futura-sino porque, desde el punto de vista pedagógico, como vamos a ver, es importante que se tenga en cuenta las condiciones especiales de la estancia en prisión a la hora de participar en esos cursos, por parte de los internos y de impartirlos, por parte de los profesores (Rechia y Cubas, 2019). No puede identificarse sin más los cursos de educación reglada sin tener en cuenta, de algún modo, las circunstancias particulares de quienes los cursan, sus antecedentes y sus dificultades.…”

Acceso a la profesión docente en Francia: una historia de ‘Résistance’ nacional contra algunas tendencias supranacionales

“…Aunque abordar el debate acerca de la especialización cultural y científica del profesorado excede los objetivos del presente trabajo, no podemos dejar de apuntar que esta acentuación del sistema educativo francés por la cual parece esperar que sus docentes «amen» y «dominen» aquello que han de enseñar, resulta una clase de concreción práctica acerca de algunas reclamaciones que se vienen realizando desde el campo de la filosofía de la educación contemporánea(Bárcena, 2019;Biesta. 2017;Rechia y Cubas, 2019;Standish, 2016;Standish y Thoilliez, 2018;Thoilliez, 2019;Vlieghe y Zamojski, 2019).…”