RESUMO Buscou-se analisar os cartazes das campanhas nacionais sobre dengue, zika e chikungunya realizadas pelo Ministério da Saúde entre 2013 e 2017 para prevenção das arboviroses. Trata-se de uma análise de conteúdo com abordagem qualitativa de 18 peças publicitárias coletadas no site da instituição. Para tanto, além dos dados textuais contidos nos cartazes, foram considerados os achados encontrados a partir da descrição das peças. As categorias temáticas analíticas que emergiram da observação do material foram: mobilização; orientação; e informação. Após o surgimento da chikungunya e da zika em 2014 e 2015, respectivamente, a instituição saiu da produção anual de 1 para 3,6 peças. O layout dos cartazes segue a lógica de técnicas de comunicação comercial, sem se preocupar com a diferença entre um produto mercantil e um direito universal. Não há articulação com as tecnologias de informação e comunicação, e os cartazes responsabilizam a população pela prevenção das doenças. Houve uma mudança nas mensagens sobre os cuidados, adotando-se a ênfase nas consequências e sequelas das arboviroses, não havendo espaço para educação e promoção da saúde. Constataram-se a transmissão de informações e a imposição de orientações, distante daquilo proposto pela comunicação educativa, que pressupõe ações pensadas conforme as necessidades dos usuários.
O presente estudo teve como objetivo principal investigar as características dos serviços de comunicação em Saúde, a partir da Rede dos Conselhos das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) no Brasil. Trata-se de um estudo exploratório quantitativo e qualitativo do tipo participante, conduzido de 2014 a 2015, com amostra não probabilística. Foram aplicados questionários com as assessorias de comunicação em saúde dos municípios participantes e entrevistas com os gestores dos Conselhos de Secretários Municipais de Saúde (Cosems). Ao todo participaram 122 municípios, das quais somente dois núcleos da Rede possuíam diretoria de comunicação e 64,8% dos municípios não possuíam Assessoria de Comunicação. As instalações de trabalho dos comunicadores são precárias, os profissionais não têm estabilidade empregatícia, ocupam cargos comissionados e possuem pouca experiência na área. Os profissionais de comunicação realizam assessoramento direto aos secretários, não possuem assento nos conselhos gestores, tem comprometidas suas ações de planejamento, o que fragiliza os processos organizativos. É necessário construir uma agenda política estratégia de comunicação em saúde, fortalecimento dos processos de informação, educação e comunicação voltados para prevenção das doenças e promoção da saúde, compreendidos como um ideal ético-político-formativo a ser alcançado na direção cidades saudáveis solidária, democrática e socialmente justa.
Análise qualitativa de conteúdo que visa compreender a utilização de campanhas audiovisuais para prevenção da dengue, Zika e chikungunya na perspectiva das comunicações pública, de risco e em saúde. Examinados 30 filmes produzidos pelo Ministério da Saúde disponibilizados no Youtube, destaca-se que acompanharam o surgimento das arboviroses, mas deixaram lacunas quanto às informações, repetiram problemas da inadequação dos contextos sociais e mantiveram-se focados no ‘combate ao aedes’. O apelo dos vídeos passou a sensacionalista ao abordar dores e perdas das pessoas. Perpetuou, ainda de que forma velada, a visão hegemônica centrada no médico. O ministério não interagiu com usuários, demonstrando que utiliza o Youtube como simples repositório de suas produções. Campanhas são estratégicas para a comunicação em situação de risco, mas não devem ser prioridade do Ministério da Saúde, demandando um trabalho integrado e participativo às comunicações públicas, dos riscos e em saúde.
Resumo Com a finalidade de compreender a estratégia de comunicação adotada pelo Ministério da Saúde para a prevenção de doenças causadas pelo aedes e analisar a percepção da comunidade quanto aos vídeos sobre dengue, chikungunya e Zika veiculados entre 2014 e 2017, apresenta-se análise qualitativa realizada a partir de uma entrevista em profundidade com informante-chave do Núcleo de Comunicação do Ministério da Saúde e de rodas de conversa com a comunidade de quatro regiões brasileiras. A estratégia adotada pelo Ministério apoia-se na Teoria Hipodérmica por questões financeiras e logísticas, mas campanhas analisadas não alcançaram a maioria dos participantes das rodas. Estes julgam que as informações mais importantes em campanhas de prevenção são os cuidados e não as possíveis sequelas, diferente do que foi argumentado pelo(a) informante-chave. A comunidade considera a regionalização e a abordagem de características socioambientais, culturais e econômicas importantes, mas o MS não considera a regionalização de campanhas efetiva. Conclui-se que os vídeos não suprem as necessidades da população e devem ser utilizados de forma integrada a outras ações de informação, educação e comunicação em saúde para a eficácia do controle das doenças.
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