Não se observam estudos realizados na região do Planalto Norte Catarinense em relação ao manejo da poda da videira bordô. O presente trabalho teve como objetivo comparar a poda curta com a poda mista, nos aspectos produtivos e qualitativos da uva bordô cultivada na região do Planalto Norte Catarinense. O experimento foi realizado na safra 2019 e 2020. Utilizou-se vinhedo da variedade bordô enxertada sobre “VR 043-43”, implantado em 2013. Os tratamentos consistiram em dois diferentes sistemas de poda: poda curta, deixando-se duas gemas em cada esporão, e em poda mista, deixando-se varas com quatro gemas e esporões contendo duas gemas para renovação. Avaliaram-se: índices produtivos, arquitetura de cachos e maturação tecnológica. O delineamento experimental usado foi o de blocos ao acaso, com quatro blocos e dez plantas por blocos. A poda mista resultou em aumento do número de cachos planta-1, aumento da produção e da produtividade da videira bordô em comparação à poda curta. Além disso, a poda mista alterou a arquitetura de cachos, propiciando cachos de maior comprimento, maior número de bagas cacho-1 e massa de cachos. Em função do aumento dos índices produtivos, há redução do acúmulo de sólidos solúveis e menor degradação de ácidos orgânicos nas uvas.
Apesar da importância da fertilidade de gemas para a produtividade e para indicação do melhor método de poda, estes dados são inexistentes na região do Planalto Norte Catarinense, e nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo avaliar a fertilidade de gemas de variedades de uvas americanas e híbridas cultivadas no Planalto Norte Catarinense. O presente projeto foi realizado durante as safras 2018 e 2019, em um vinhedo comercial, situado na localidade de Pedras Brancas, município de Canoinhas, Santa Catarina. Para o desenvolvimento do trabalho foram utilizadas plantas das variedades: Bordô, Niágara Branca, Casca Dura e Grano d’Oro. Coletou-se 20 ramos do ano de cada tratamento, no período de endodormência das plantas, e cada segmento do ramo contendo uma gema foi disposto em bandejas de isopor com espuma fenólica hidratada. As bandejas foram colocadas em casa de vegetação com temperatura e umidade controladas. As gemas foram classificadas em férteis ou não férteis de acordo com a presença ou ausência da inflorescência. De acordo com os dados observados no presente estudo, observa-se que as variedades Casca Dura, Niágara Branca, Bordô e Grano D’Oro apresentam boa adaptabilidade, apresentando alta fertilidade de gemas, com destaque para as gemas das porções medianas e apicais dos ramos. Dessa forma, recomenda-se a poda mista destas variedades, para obtenção de melhores produtividades nas condições do Planalto Norte Catarinense.
O objetivo do presente estudo é de avaliar o efeito da aplicação foliar de diferentes doses de silício sobre características produtivas e qualitativas das frutas de morangueiro ‘Pircinque’ cultivado nas condições edafoclimáticas do Planalto Norte Catarinense. O experimento foi realizado na área experimental do Instituto Federal de Santa Catarina, IFSC – Campus Canoinhas, e os morangueiros da cultivar Pircinque foram cultivados em sistema convencional no solo, com ambiente protegido (estufa), adotando-se um espaçamento de plantio de 30 centímetros entre plantas e linhas de plantio, com três linhas de cultivo por canteiro. Os tratamentos consistiram na aplicação foliar de cinco doses de silício, sendo elas: 0, 100, 200, 300 e 400 g/100L água, utilizando-se o produto comercial Agrisil® (99% Si). As aplicações foram realizadas a cada 21 dias, e foi avaliado seu efeito em parâmetros produtivos (número de frutos, produção, produtividade e massa fresca de fruto) e qualitativos das frutas (% comerciais, deformados e pequenos, sólidos solúveis, acidez total, Ratio e firmeza de polpa). A aplicação de silício proporcionou aumento do percentual de frutas comerciais em todas as dosagens avaliadas, além de resultar em aumento da firmeza de polpa. Ressalta-se que a aplicação do silício nas doses de 300 g e 400 g/100L água, apresentam maiores efeitos na firmeza de polpa, o que pode resultar em melhor conservação pós-colheita das frutas. A aplicação foliar de silício não influencia as variáveis produtivas e qualitativas avaliadas dos frutos do morangueiro ‘Pircinque’ cultivado no Planalto Norte Catarinense.
Apesar de haver produtores de uva e vinho de mesa na região do Planalto Norte Catarinense, análises da composição físico-químicas dos produtos não são feitas pelos produtores. Nesse contexto, tem-se como objetivo deste trabalho realizar a caracterização físico-química dos vinhos elaborados no Planalto Norte Catarinense, verificando se vinhos de mesa elaborados na região se enquadram nos padrões físico-químicos exigidos pela legislação nacional vigente. Os vinhos de mesa brancos foram coletados de oito vitivinicultores, sendo estas amostras da safra 2020. As análises físico-químicas foram realizadas em setembro de 2020, no Laboratório de Análises Físico-químicas do Instituto Federal de Santa Catarina –Canoinhas. As variáveis avaliadas foram: densidade relativa, acidez total, sólidos solúveis, pH e coloração dos vinhos. A variável sólidos solúveis apresentou valor médio de 6,6 ºBrix. O valor médio para a densidade relativa foi de 0,990. Os valores referentes a variável acidez total apresentaram valores médios de 74,3 meq L-1. O valor médio para o pH foi de 3,04 para as amostras, com intervalo de valores de 2,93 e 3,30. Os valores referentes a variável coloração dos vinhos (Abs 520 nm) apresentaram valor médio de 0,740. Os resultados das análises físico-químicos estão de acordo com índices indicados na literatura e na legislação brasileira vigente, e as análises físico-químicas dos vinhos elaborados na região do Planalto Norte Catarinense devem ser realizadas a cada safra, com objetivo de acompanhar a evolução da qualidade dos vinhos elaborados na região, bem como verificar se estes apresentam padrões mínimos de qualidade exigidos pela legislação brasileira vigente.
Tem-se como objetivo deste trabalho realizar a caracterização físico-química dos vinhos elaborados no Planalto Norte Catarinense, verificando se os vinhos estão aptos ao consumo atendendo à legislação vigente, além de identificar possíveis melhorias que possam ser realizadas na produção das uvas e no processo de elaboração. O presente trabalho foi realizado no Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC Campus Canoinhas, tendo abrangência regional do Planalto Norte Catarinense - Santa Catarina. As avaliações foram realizadas em triplicata, sendo avaliadas as variáveis: densidade relativa, acidez total titulável (meq L-1), pH, cor 420 nm, cor 520 nm, cor 620 nm, tonalidade de cor, intensidade de cor e polifenóis totais (mg L-1 ácido gálico). Os dados foram digitados, tabulados e com auxílio do software Excel 2010 realizou-se a elaboração de gráficos para o desenvolvimento de uma análise descritiva dos dados obtidos nas amostras verificadas. Observou-se que as variáveis avaliadas apresentam os seguintes valores médios: densidade (1,013), acidez total titulável (65,0 meq L-1), pH (3,18), polifenóis totais (1855,5 mg L-1 ácido gálico), intensidade de cor (8,76) e tonalidade de cor (0,68). Com base nos dados referentes ao perfil físico-químico de vinhos de mesa tinto, conclui-se que a região do Planalto Norte Catarinense apresenta potencial para elaboração de vinhos de qualidade, podendo esta ser uma região promissora na elaboração de vinhos de mesa de qualidade diferenciada, com predominância de vinhos secos, com alto conteúdo de polifenóis totais e intensidade de cor.
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