O trabalho de campo, ao permitir o contato direto com o objeto de conhecimento e com o local onde os fatos/fenômenos se manifestam, constitui-se numa metodologia profícua no processo de ensino-aprendizagem em Geografia pela sua capacidade de viabilizar a construção do conhecimento geográfico pelos estudantes da Educação Básica. À luz disso, o nosso intento neste trabalho é discutir, de forma crítica e reflexiva, sobre a forma como se desenvolve essa atividade em grande parte das escolas brasileiras, enfatizando que o trabalho de campo enquanto uma metodologia ativa de ensino e de aprendizagem deve primar, não só pela atividade prática do estudante frente ao fenômeno, mas pela sua atividade mental no processo de compreensão da realidade estudada. Tendo como metodologia de trabalho a revisão bibliográfica de pressupostos que envolvem o ensino de Geografia, as metodologias ativas e o trabalho de campo, procuramos, a partir de um método, revelar suas potencialidades formativas no desenvolvimento intelectual do indivíduo, sobretudo por instigar o aprendizado a partir da ação (prática e cognitiva), que se constitui dimensão basilar no entendimento das espacialidades contemporâneas.
O modo de colonização da América deixou marcas que refletem nas estruturas econômica, de poder e nos modos de ser, saber e pensar, sobretudo dos países latino-americanos. No Brasil, a imposição eurocêntrica na produção de conhecimentos reflete até hoje na educação, de modo geral, e na Geografia Escolar, de modo específico, pois ainda se encontram permeadas pelo colonialismo do saber. Partindo desse contexto e na busca de uma descolonização da Geografia enquanto disciplina escolar, o objetivo desse artigo é analisar como a perspectiva decolonial pode contribuir para uma educação crítica e humanista em Geografia, especialmente por meio da (re)leitura dos conceitos geográficos. Construído a partir de pesquisa bibliográfica, esses conceitos foram (re)elaborados a partir de temáticas decoloniais como o papel da América no sistema-mundo, o eurocentrismo, a ideia de raça associada a um projeto de dominação, a constituição do Estado-nação moderno, a crítica ao desenvolvimento e ao modelo civilizatório, a colonialidade do poder, colonialidade do ser, colonialidade do saber, e a interculturalidade e a transculturalidade como ferramentas críticas e de transformação. Tal (re)leitura se configura como via de descolonização da Geografia Escolar e de construção de um novo modelo civilizatório que considere diversos saberes, diversas vozes, identidades, maneiras de ser, e novas formas de se constituir e organizar a sociedade.
Este livro e seus respectivos capítulos exprimem as inúmeras abordagens do complexo teórico e metodológico que envolve a pesquisa acadêmica e a discussão de temas relacionados com a Formação Docente, o Ensino de Geografia e o Livro didático e que são fundamentais para a compreensão da Geografia Escolar. Foi organizado com a intenção de incentivar os novos pesquisadores por meio da publicação de seus artigos, ou seja, aqueles apresentados no XVIII ENANPEGE, em São Paulo, 2019, e fomentar ainda mais a rede com novas perspectivas de Formação Docente, do Ensino de Geografia e do Livro Didático em âmbito nacional, com a reunião de publicações de diversos grupos de pesquisas, em diferentes linhas de Ensino de Geografia nos Programas de Pós-Graduação em Geografia de Universidades localizadas em todas as regiões brasileiras.
Por que pensar em tecnologias no contexto educacional? O professor e os alunos estão preparados para lidar com as tecnologias e suas linguagens? Quais são os desafios a serem enfrentados? A alfabetização e o letramento tecnológicos do professor podem ser um meio para superação dos dilemas e contradições que permeiam a relação entre tecnologias e educação? Tendo essas questões como eixos norteadores da pesquisa, apresenta-se e discute-se dados produzidos em experiência pedagógica desenvolvida na UnB, de modo a apontar, segundo as percepções de professores, as potencialidades e os desafios intrínsecos às tecnologias na escola, assim como, destacar a importância da alfabetização e do letramento tecnológicos na formação crítica, reflexiva e cidadã, tanto do professor quanto dos alunos.
Este trabalho tem como ambição entrelaçar metodicamente alguns apontamentos sobre os caminhos e os desafios da Geografia Escolar no contexto de significativos movimentos estudantis de ocupação das escolas brasileiras. Representados pelas lutas de redemocratização e de resistência frente às reformas educacionais no país, os movimentos revelam as características de um novo sujeito escolar e provocam a reflexão acerca das práticas pedagógicas desenvolvidas pela escola, de forma geral e pela educação geográfica, de forma particular. Em virtude disso, por meio de revisão bibliográfica que versa sobre essa temática, bem como de pesquisa empírica com os jovens protagonistas do movimento realizado na cidade de Formosa-Goiás, busca-se destacar a função da Geografia na formação cidadã do estudante a partir da leitura crítica do mundo.
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