A pandemia de Covid-19 surpreendeu o mundo, provocou alterações nos modos de vida, nas práticas laborais e expôs as desigualdades do atual período técnico-científico-informacional. No sistema educacional, professores precisaram se reinventar para que o fechamento das escolas não fosse tão prejudicial ao processo ensino-aprendizagem. Nesse contexto, o artigo analisa a atuação de professores de Geografia durante a pandemia da Covid-19 a partir de breve discussão teórica sobre o histórico da educação a distância no Brasil, formação de professores e saberes docentes, a fim de conhecer as condições de trabalho destes profissionais ao longo do isolamento social. Para tanto, foi aplicado um questionário para professores de Geografia atuantes na educação básica. Os resultados demonstraram dificuldades, por parte dos sujeitos da pesquisa, com a modalidade remota, denunciaram o descaso das autoridades responsáveis pela Educação e revelaram a preocupação dos professores em garantir condições de aprendizagem aos estudantes, ao mesmo tempo que seus lares convertiam-se em locais de trabalho.
O trabalho de campo, ao permitir o contato direto com o objeto de conhecimento e com o local onde os fatos/fenômenos se manifestam, constitui-se numa metodologia profícua no processo de ensino-aprendizagem em Geografia pela sua capacidade de viabilizar a construção do conhecimento geográfico pelos estudantes da Educação Básica. À luz disso, o nosso intento neste trabalho é discutir, de forma crítica e reflexiva, sobre a forma como se desenvolve essa atividade em grande parte das escolas brasileiras, enfatizando que o trabalho de campo enquanto uma metodologia ativa de ensino e de aprendizagem deve primar, não só pela atividade prática do estudante frente ao fenômeno, mas pela sua atividade mental no processo de compreensão da realidade estudada. Tendo como metodologia de trabalho a revisão bibliográfica de pressupostos que envolvem o ensino de Geografia, as metodologias ativas e o trabalho de campo, procuramos, a partir de um método, revelar suas potencialidades formativas no desenvolvimento intelectual do indivíduo, sobretudo por instigar o aprendizado a partir da ação (prática e cognitiva), que se constitui dimensão basilar no entendimento das espacialidades contemporâneas.
Partindo da sistematização de um método para o desenvolvimento do trabalho de campo na Educação Básica, o artigo discorre sobre as potencialidades desse recurso metodológico no processo de ensino-aprendizagem em Geografia. Para tanto, a discussão teórica de cunho crítico e a observação participante em um trabalho realizado no município de Pirenópolis-GO constituem-se os procedimentos metodológicos empregados nesse estudo. Os resultados explicitam que, fundamentando-se em um método que assegure o desenvolvimento pedagógico dessa prática e em aportes teóricos que favoreçam a compreensão da espacialidade dos fatos/fenômenos, o trabalho de campo constitui-se como um instrumento eficaz na construção de conhecimentos geográficos. Destaca-se que sua finalidade é educativa e viabiliza o raciocínio geográfico por meio de atividades práticas e mentais frente aos objetos/fenômenos estudados.
Esse texto é fruto de uma prática pedagógica realizada pelo professor de Geografia com uma turma de Sétimo Ano do Ensino Fundamental - Anos Finais, na cidade de Águas Claras - DF. Trata-se de um Trabalho de Campo no espaço ao redor da escola, realizado a partir de uma mediação didática processual e organizada em três etapas, de modo a permitir a problematização (pré-campo), sistematização (campo) e síntese (pós-campo). Utilizou-se um caderno de campo organizado pelo professor para o registro de informações e interação com espaço. Delimitou-se quatro pontos de exploração, na então denominada, Unidade Territorial de Aprendizagem. Entre eles, utilizou-se o Parque Ecológico da cidade para a construção de conhecimentos vinculados à dinâmica físico-natural presente, embora ocultada pelos prédios ao redor. Constatou-se que o espaço escolar pode ser aproveitado como ambiente para a realização de trabalhos de campo e que a mediação didática é um método eficiente para a construção de conhecimentos, a partir de um protagonismo dos estudantes.
O objetivo do presente trabalho é analisar a ausência de materiais didáticos voltados ao ensino de Geografia Urbana na Educação Básica que utilizam o Distrito Federal e Entorno como referência didática. O Distrito Federal (DF) no ano de 1970 possuía em Brasília e nas demais Regiões Administrativas uma população de cerca de 537 mil habitantes. Havia a necessidade de novas alternativas de moradia para deslocar os constantes fluxos migratórios que se destinavam à região para a área externa ao quadrilátero do DF. A região escolhida abrangeu os municípios goianos próximos à nova capital brasileira. No entanto, surgiram novos espaços desmembrados do município de Luziânia, como é o caso do município de Valparaíso de Goiás; espaços estes sem possuir os equipamentos urbanos adequados para comportar as necessidades de uma população em constante crescimento, tais como escolas e hospitais de grande porte. Dessa forma, se constatou que a maior parte da população valparaisense buscava trabalho e serviços básicos fora do município goiano, deslocando-se diariamente num fluxo migratório pendular, sufocando os equipamentos urbanos de Brasília. Com o passar dos anos, a cidade de Valparaíso de Goiás apresentou um crescimento vertiginoso, o que ocasionou problemas para o próprio município, para Brasília e para algumas Regiões Administrativas do DF. O município está ligado a outros espaços geográficos e o lugar (município) pode ter sua organização territorial vinculada a espaços distantes, nesse caso, o centro de gravidade é o DF, com Brasília sendo a principal referência.
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