Introdução: A pragmática é caracterizada pelo uso social da linguagem. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno invasivo do desenvolvimento que afeta as habilidades sociais e comunicativas. Existe, então, um senso comum de que as crianças com TEA possuem alterações nas habilidades pragmáticas. Objetivo: Verificar a existência de alterações nas habilidades pragmáticas de crianças falantes de Português Brasileiro (PB) diagnosticadas com TEA. Método: Buscas de pesquisas sem restrição de período em várias bases de dados, em que os critérios de inclusão foram: crianças, diagnóstico de TEA, falantes de PB, estudos observacionais e experimentais, aquisição dos domínios linguísticos. Estudos que não abordassem o desenvolvimento da pragmática foram excluídos. Foram realizadas as seguintes etapas: descrição dos principais resultados, leitura crítica envolvendo a Iniciativa STROBE e análise de metodologia utilizando o Sistema GRADE. Resultados: Nove pesquisas foram selecionadas para síntese do trabalho. De todas, duas não encontraram alterações nas habilidades pragmáticas de crianças com TEA. As alterações apresentadas nos resultados das demais pesquisas foram heterogêneas. Conclusão: A diversidade de metodologias impossibilita conclusões precisas ao final desta revisão. Fica evidente a necessidade de um protocolo de referência e com padronização na aplicação, para que estudos possam ser comparados e reproduzidos.
Resumo O objetivo deste artigo é descrever e analisar práticas interacionais que emergem no contexto de psicoterapia em um núcleo clínico especializado em gênero e sexualidade. O material de análise consiste em um atendimento entre um psiquiatra e uma mulher transexual, o qual foi escolhido a partir de um corpus de cinco atendimentos gravados pelo núcleo. Realizamos uma análise microetnográfica ancorada na linha teórico-metodológica da Análise da Conversa. Observamos duas práticas interacionais que emergem de maneira recorrente: formulação e prestação de contas. Tais práticas estão a serviço da realização de uma tarefa institucional: a (co)produção de um laudo psiquiátrico atestando, a partir de uma matriz nosológica, a transexualidade da cliente. Nossa análise aponta que o DSM-5 e a CID-11 são instrumentos que, no atendimento clínico a pessoas transexuais, limitam a autonomia de cliente e terapeuta e consolidam dispositivos que mantêm a cisnormatividade como regra.
Este estudo teve por objetivo analisar as percepções de profissionais da saúde e da educação para a interdisciplinaridade no trabalho de promoção de saúde na escola, antes e depois da formação sobre autorregulação para o autocuidado e a promoção da saúde. Foi realizado um estudo exploratório e descritivo, de caráter qualitativo, no qual participaram 26 profissionais da saúde e da educação, distribuídos em dois grupos focais antes e dois depois da formação. Para a interpretação dos dados foi utilizada a análise temática. Os participantes perceberam que as ações de saúde nas escolas devem ser realizadas continuamente e de maneira interdisciplinar. Esta investigação destaca que a educação continuada é importante para a sensibilização dos profissionais para a interdisciplinaridade.
A proposta da cultura Maker no ambiente educacional tem despertado o interesse de educadores e instituições de ensino, por proporcionar ao aluno a possibilidade de associar os conceitos com práticas, de maneira a torná-lo protagonista na construção do seu conhecimento. Neste trabalho são apresentados relatos da experiência de estudantes de graduação no desenvolvimento de atividades no Espaço Maker em uma instituição privada de ensino no município de Salvador/BA, destacando o processo de adaptação da proposta pedagógica, bem como a concepção de conteúdo, a organização do espaço e o planejamento pedagógico, de maneira que possa estimular a inovação e contribuir para que o movimento Maker na educação se consolide diante do tradicional mecanismo educacional praticado no Brasil.
RESUMO Frente à miríade de modelos de intervenção em psicoterapia focados principalmente no tratamento de psicopatologias, enfrentamos reducionismo teórico-metodológico na forma como qualificamos a psicoterapia em termos dos seus aspectos internos microssociais. Com o entendimento de que precisamos observar os aspectos sociais e relacionais dessas intervenções, o objetivo desta pesquisa foi descrever e analisar as práticas interacionais que emergem no uso da linguagem no contexto de uma interação psicoterapêutica em uma clínica privada no sul do Brasil. Como arcabouço teórico-metodológico, utilizamos a Análise da Conversa de base etnometodológica. Os resultados apontam para a importância da análise sobre a negociação das instâncias epistêmicas das/os interagentes e da agenda institucional como questões de impacto às intervenções clínicas. Destacamos o uso de práticas interacionais como movimentos feitos pelas/os interagentes para coordenar as ações sociais no setting clínico.
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