Resumo:As concepções culturais influenciam as atitudes humanas em relação aos animais, e sua compreensão é essencial para se entender o impacto dos seres humanos sobre a fauna. Neste trabalho, inventariamos concepções sobre lagartos segundo estudantes dos estágios finais da Educação Básica, avaliando sua relação com o atual estado do conhecimento científico e interpretando os casos em discordância. Realizamos entrevistas com estudantes do terceiro ano do Ensino Médio sobre aspectos gerais relacionados a concepções, conhecimentos e usos tradicionais de lagartos. Entrevistamos 38 estudantes que compartilharam 85 concepções distintas. Embora muitas das concepções inventariadas tenham apresentado coerência com os conhecimentos científicos atuais, existiram algumas incongruências. De forma geral, os produtos desta pesquisa forneceram subsídios para a valorização dos lagartos, além de reforçar a necessidade da inclusão de ações de educação ambiental na Educação Básica, como ferramentas para enriquecer o conhecimento sobre a biodiversidade, bem como esclarecer e desmistificar possíveis concepções errôneas.Palavras-chave: Ensino de biologia. Educação Básica. Lagartos. Etnobiologia. Etnoherpetologia.
Abstract:Cultural conceptions influence human attitudes towards animals and their understanding is essential to know the impact of humans on fauna. In this work, we inventoried conceptions of lizards held by students in the final stages of Basic Education, evaluating their relationship with the current state of scientific knowledge and interpreting the cases of disagreement. We carried out interviews with students of the third year of High School about general aspects related to conceptions, knowledge and traditional uses of lizards. We interviewed 38 students who shared 85 different conceptions. Although several conceptions were consistent with current scientific knowledge, there were some inconsistencies in relation to scientific understanding. Overall, our findings showed the benefits of valuing lizards, beyond reinforcing the need for inclusion of environmental education actions in Basic Education, as enrichment tools for knowledge of biodiversity, as well as elucidating and demystifying possible mistaken conceptions.
Este artigo relata a experiência de um curso de pensamento computacional para alunos do 9º ano do ensino fundamental. A estratégia consiste em utilizar elementos de jogos desplugados e olimpíadas científicas para promoção de pensamento computacional, além de oportunizar a participação na Olimpíada Brasileira de Informática (OBI). Os resultados obtidos sugerem o potencial da gamificação além de boa classificação dos participantes na XXI OBI.
Este trabalho investigou as possibilidades da inserção da Educação ambiental (EA) em uma escola publica, bem como suas potencialidades e desafios, tendo como base teórica a EA crítica. A metodologia utilizada foi a Pesquisa Participante. Os fatores limitantes constatados para a inserção da EA crítica foram a fragilidade na formação docente, não inserção da EA no Projeto Politico Pedagógico da escola, forte presença de projetos que reproduzem o paradigma hegemônico da sociedade capitalista, entre outros. As principais potencialidades constatadas são a inserção da EA no PPP escolar elaborado de forma coletiva, garantia de formação continuada dos professores, articulação com a comunidade local e realização da EA de forma disciplinar.
Este trabalho objetiva analisar se os impactos da industrialização são percebidos pelos professores e o que tem sido feito nas escolas da rede pública municipal de Três Rios/RJ em relação à questão ambiental. Para tanto, foi feita uma pesquisa que envolveu 71 professores de 30 escolas. Os impactos identificados foram: ao ambiente natural; aumento demográfico; ausência de saneamento básico e de tratamento de resíduos e efluentes. A partir de ações voltadas para as práticas cotidianas, descontextualizadas dos efeitos da industrialização, a maioria dos docentes apontou para a necessidade de formação permanente. Desta forma, percebe-se a necessidade de políticas públicas mais efetivas e eficazes, que contemplem a complexidade local, sob o enfoque da justiça ambiental.
Nas últimas décadas grandes projetos de infraestrutura foram retomados no Brasil, com o objetivo de atingir o crescimento econômico. O argumento principal para legitimar esses empreendimentos era a grande oferta de emprego e geração de renda para a população. No entanto, os empreendimentos não corresponderam à expectativa, e a realidade é uma baixa oferta de emprego, intensa degradação ambiental e acirramento de conflitos ambientais. Este trabalho analisa o Complexo Logístico, Industrial e Portuário do Açu (CLIPA), um grande projeto de desenvolvimento pensado inicialmente pelo empresário Eike Batista, localizado no município de São João da Barra, região norte do estado do Rio de Janeiro, e que foi totalmente aceito pelas instituições públicas e privadas e também pelas diferentes esferas de governo (municipal, estadual e federal). A implantação desse empreendimento gerou conflitos ambientais de diversas naturezas. Nesse sentido, esta pesquisa analisou que os conflitos ambientais surgidos a partir da implementação/atuação do CLIPA, estão relacionados a desapropriação de terras de pequenos agricultores, impedimento de pescadores artesanais em exercer sua atividade econômica em áreas próximas ao Porto do Açu e a criação de Unidades de Conservação. Este estudo também pretendeu dar visibilidade à questão ambiental e social que atinge especificamente aqueles que têm menos condições de se fazer ouvir nos espaços públicos de discussão.
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