Resumo Neste número da revista Sociologias, ao lado de “corpos e emoções”, soma-se a ideia de “risco” a fim de incorporar à reflexão sociológica o grau de incerteza no qual se desenrolam as relações sociais cotidianas. O corpo, do ponto de vista sociológico, é compreendido como signo das relações sociais, que encerra um conjunto de representações da vida individual e coletiva, e que compõe uma gramática que se tornou objeto particular de uma sociologia especializada constituída contemporaneamente e que já consolidou diferentes frentes de pesquisa. As emoções, por sua vez, não estão separadas do seu suporte, seu veículo expressivo, o corpo. Estas, em sociologia ou antropologia, frutos da observação e análise das relações sociais, também não podem ser tratadas como substância, entidade que antecipa ou contradiz as ações humanas, mas sim como uma dimensão da vida afetiva que se modifica constantemente por conta da infinidade de possibilidades de interação humana. Nos interstícios dos corpos e das emoções, a noção de risco nos revela as incertezas da existência individual que sempre oscila entre a vulnerabilidade e a segurança, o impulso e a sensatez. A fim de desnaturalizar e relativizar tais noções, este dossiê apresenta artigos derivados de diferentes abordagens teóricas e metodológicas empreendidas por pesquisadores do Brasil, Argentina, México e França.
Resumo O objetivo deste artigo é examinar a ordem pública do corpo humano a partir de propostas legislativas a respeito da doação de sangue, doação de órgãos, gravidez por substituição, aborto e eutanásia. O corpo, como signo da relação dos seres humanos com o ambiente social, cultural e físico que os cerca, encerra um conjunto de representações da vida individual e coletiva, compondo uma gramática que se tornou objeto particular de uma sociologia especializada, constituída contemporaneamente e que já consolidou diferentes frentes de pesquisa. Assim, as discussões acerca do estatuto do corpo podem revelar a dimensão política que se dá a partir do enfrentamento entre diferentes concepções científicas e o senso comum a respeito do corpo em nossa sociedade. Trata-se de uma abordagem explicativa, de base documental, a partir da qual são analisados os conteúdos de projetos de lei que dizem respeito ao corpo. Esse material está disponível na Biblioteca Eletrônica da Câmara dos Deputados (Brasil), compreendendo o período legislativo de 1946 a 2019. O artigo mostra que é preciso analisar as fronteiras do corpo em relação à noção de pessoa e as variadas formas que essa relação assume em diferentes esferas do Direito.
A versão preliminar deste artigo foi apresentada no 32º Encontro Anual da Anpocs, gt 37: "sociologia e direito: explorando as interseções", coordenado por Marcelo Pereira de Melo (UFF), a quem eu agradeço os comentários ao texto. A pesquisa de doutorado que deu origem a este artigo foi financiada pela Fapesp. Esta versão conta com o apoio do CnPq.
A formação continuada de professores de Sociologia para o ensino médio é um dos meios de consolidação da disciplina nos currículos escolares. Por meio de cursos de pós-graduação stricto sensu na área, cria-se um espaço de circulação do conhecimento que une a experiência de professores em sala de aula com a atividade sistematizada de ensino e pesquisa. O ponto de partida para reflexões a esse respeito é o Mestrado Profissional em Ciências Sociais para o Ensino Médio da Fundação Joaquim Nabuco (MPCS-Fundaj), em funcionamento desde 2012. Neste artigo, destaca-se o papel do professor de Sociologia na ótica de Wright Mills, o perfil do público que busca o MPCS e também suas expectativas. Conclui-se que estamos muito distantes de compreender as demandas dos professores de Sociologia no que diz respeito à prática científica e domínio dos conteúdos específicos da disciplina no ensino médio.
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