Ao assumir a perspectiva sociocultural de abordagem Bilíngue no atendimento à pessoa surda, o Fonoaudiólogo necessita ressignificar sua prática clínica para além do espaço do consultório, buscando compreender a forma como a família entende e significa a surdez e a língua de sinais. O objetivo deste texto é compreender o efeito discursivo da mediação fonoaudiológica para a família e suas implicações para as interações da pessoa surda. Trata-se de um estudo de caso de uma criança surda de 11 anos. Foi realizado uma análise de conteúdo do tipo interpretativa. A mediação fonoaudiológica ajudou a família a ressignificar formas de interação com o filho e a dar valor à língua de sinais, havendo assim impacto no desenvolvimento da linguagem do sujeito surdo, colaborando com o fortalecimento de sua identidade e cultura própria. No entanto, foi possível perceber os efeitos negativos trazidos pela pandemia, que dificultaram o acompanhamento fonoaudiológico e trouxeram regresso quanto aos aspectos já trabalhados. A análise mostra que o lugar de mediador do fonoaudiólogo é importante para a inclusão educacional e social.
The objective is to investigate which linguistic uses are recruited in the context of teaching and learning of the Specialized Educational Assistance (SEA) of Portuguese Language (PL) for the deaf. This study is characterized as a case study. The results indicate that the linguistic recruitments used in the SEA of PL for the deaf in Elementary School I of the school in question refer to Libras and the Portuguese oral and written language. Also, English and Spanish emerge during interactions, manifesting themselves as a translingual, transmodal practice and crossed by digital media.
O acesso à Educação Superior (ES) no Brasil expandiu-se considerando as modificações ocorridas com as políticas inclusivas, bem como às voltadas especificamente para os surdos. Assim, há de se considerar que os surdos, que atualmente, frequentam o ES trazem o legado das práticas pedagógicas que foram submetidos na Educação Básica, bem como o capital cultural “transmitido”. Nesse sentido, o objetivo deste estudo é compreender as condições de letramento do surdo universitário, relacionando-as a sua inserção na cultura escrita e as implicações para a permanência na universidade. É uma pesquisa qualitativa, tratando-se de um estudo de caso de dois estudantes surdos de uma universidade pública do sul do país. A leitura e a escrita dos gêneros acadêmicos são realizadas geralmente na universidade, pois a produção desses gêneros é inerente à instituição universitária. Sob uma perspectiva bakhtiniana, discute-se a apropriação de gêneros secundários na esfera do conhecimento em que são constituídos: na universidade. Conclui-se que o fato dos sujeitos não dominarem de forma proficiente a Língua Portuguesa na modalidade escrita (L2) não interferiu a permanência e o sucesso acadêmico dos surdos envolvidos nessa pesquisa quando imersos a um contexto educativo universitário em que a Libras é priorizada. Essa falta de domínio não impediu o ingresso na ES, em nível de graduação e, posteriormente, na pós-graduação e de apresentarem desempenho acadêmico compatível com a complexidade exigida em tais níveis de educação, muito embora as práticas de letramento dos sujeitos e a transmissão de capital cultural tenham se revelado um diferencial nesse processo para o domínio da L2.
Abordar o tema "gênero" na atualidade vem sendo um mister de aproximações e distanciamento nas discussões e conceituações acerca deste. Contudo, se faz necessário (re)conhecer os avanços na área que procedem de diversas correntes teóricas. O livro em questão, "Gêneros: teorias, métodos, debates" foi elaborado a partir das discussões do Grupo de Trabalho -GT da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisas em Letras e Linguística (ANPOLL). Os membros do subGT "Teorias de gênero (genre) em práticas sociais" foram os responsáveis pela organização do livro, sendo eles: Luiz José Meurer (in memorian) e Adair Bonini, ambos doutores em Linguística e docentes na Universidade Federal de Santa Catarina, seguidos de Desirée Motta-Roth, doutora em Letras e docente na Universidade Federal de Santa Maria. Disposto em 295 páginas e publicado pela primeira vez em 2005 pela editora Parábola Editorial, apresenta ao leitor doze capítulos a partir de três importantes abordagens: Parte 1: Abordagens sociossemiótica; Parte 2: Abordagens sociorretóricas, e; Parte 3: Abordagens sociodiscursivas. Os debates tecidos ao longo da obra têm como principal objetivo "estabelecer um mapeamento dos principais conceitos, termos e explicações disponíveis" (MEURER; BONINI; MOTTA-ROTH, 2005, p. 7). De certa forma, propõe sistematizar
TDAH E MEDICALIZAÇÃO: implicações neurolinguísticas e educacionais do Déficit de Atenção/Hiperatividade, de autoria de Rita Signor, mestra e doutora em Linguística pela UFSC, fonoaudióloga no Hospital Infantil Joana de Gusmão (Florianópolis/SC), e de Ana Paula Santana, fonoaudióloga, mestra e doutora em Linguística pela UNICAMP, professora do curso de Fonoaudiologia e da Pós-Graduação em Linguística da UFSC, busca “[...] discutir os aspectos neurolinguísticos, clínicos e educacionais atrelados à produção do chamado TDAH [...]” (SIGNOR; SANTANA, 2016, p. 17).Este livro, publicado em 2016, destaca-se pela relevância do tema, uma vez que há ainda poucas produções interdisciplinares que tratem do Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade numa visão para além do diagnóstico clínico, ou seja, por meio de uma análise que considere o sujeito em sua dimensão histórico-cultural. A retomada do conceito de normal versus patológico no TDAH é constituída, no livro de Signor e Santana (2016), a partir de uma heterogeneidade de olhares, os quais entendem os sujeitos (crianças e adolescentes) como seres sociais, históricos e capazes. Trata-se, portanto, de uma leitura indispensável a estudantes, professores e pesquisadores que se interessam pela temática.
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