Tendo como referência a abordagem não consensual da teoria das representações sociais, este trabalho teve como objetivo investigar como se articulam as representações sociais e a dimensão afetiva associadas ao objeto social “ciganos”, entre população não cigana da Grande Vitória-ES. Foram desenvolvidos dois estudos complementares com (1) 108 estudantes universitários e (2) 10 sujeitos que associaram sentimentos de valoração negativa aos ciganos. A coleta dos dados foi realizada por meio da aplicação de questionário e de entrevista em profundidade, e o tratamento das informações obtidas foi conduzido com o auxílio dos softwares SPAD-T e Alceste. Os resultados indicaram a (re)produção de estereótipos negativos vinculados aos ciganos e a dimensão afetiva fortemente marcada por medo e aversão, núcleo de preconceito e discriminação contra os ciganos.
O estudo objetivou analisar as representações sociais de ciganos entre não-ciganos da Região Metropolitana da Grande Vitória/Brasil. Com coleta de dados feita através de questionário, participaram do estudo 300 pessoas, com idades entre 10 e 25 anos. Os resultados, analisados por meio da análise fatorial de correspondência e da análise de cluster, evidenciaram quatro conjuntos de representações sobre os ciganos - “Eles são como aqueles outros”, “Eu desconfio e eles me incomodam”, “Nem conheço, mas tenho medo deles”, e “Sou fascinado por aquela cultura diferente” –, e ainda três diferentes tomadas de posição afetiva, orientadas pelo incômodo, ameaça e fascínio. Discute-se a complexidade do processo de familiarização na construção das representações sociais em sua interface com a dinâmica da alteridade.
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